Se você costuma ficar muito sonolento ao longo do dia, mesmo após dormir o seu tempo considerado ideal de sono, cuidado! Você pode sofrer de apneia e não saber.
Estudo da Royal Philips mostra que 72% dos brasileiros sofrem de doenças relacionadas ao sono[1] e a apneia está entre os problemas mais comuns.
Além de afetar a qualidade de vida, pois quem sofre com isso acaba não descansando à noite, essa doença pode trazer sérias consequências.
Entre as mais comuns estão problemas cardíacos, como hipertensão, arritmia cardíaca e, em casos mais graves, infarto do miocárdio.
O que é apneia?
A apneia é uma doença crônica que ocorre quando há um relaxamento dos músculos da boca ao redor da faringe durante o sono, causando seu estreitamento e bloqueio parcial ou total da passagem de ar para os pulmões.
Essas interrupções temporárias na entrada de oxigênio duram segundos e ocorrem diversas vezes, quanto mais frequentes maior a gravidade.
Isso pode ocorrer por diversos motivos, alguns deles são:
Quais os tipos de apneia?
Existem três tipos de apneia: obstrutiva, central e mista.
A obstrutiva é o tipo mais comum, causado pelo fechamento repetido da garganta ou vias superiores aéreas durante o sono.
Já a apneia central é mais rara e ocorre por um problema neurológico. Neste caso, há um “defeito” na comunicação do cérebro com o corpo.
Em casos ainda menos frequentes, o paciente pode ter apneia mista, que é quando ele possui os dois tipos citados acima.
Quais os principais sintomas?
Imagine que em uma noite de sono alguém lhe interrompa o descanso e o acorde várias vezes em uma única hora. Os efeitos disso ao longo do seu dia são sintomas frequentes de quem sofre de apneia.
A maioria das pessoas, porém, não associa esses sinais a um possível problema no sono por acreditar que dormiu uma noite tranquila.
O ronco e ruídos estranhos ao dormir são os sintomas mais conhecidos da apneia. Mas existem outros sinais que costumam acompanhar. Veja quais são:
Quais os riscos?
Os riscos da apneia vão além do prejuízo à qualidade de vida. Estudos comprovam[2] que ela pode causar problemas cardíacos, como hipertensão, arritmia cardíaca e isquemia cerebral.
Em casos mais graves, pode levar até ao infarto do miocárdio.
Mas os problemas causados por esta doença do sono não param por aí. Pessoas com apneia se envolvem mais em acidentes de trânsito pela dificuldade de concentração, podem ter enfraquecimento dos ossos e os homens podem ter problemas de impotência sexual, já que o problema traz prejuízos aos vasos do pênis que propiciam a ereção.
O distúrbio também pode afetar a ação da insulina no sangue, o que pode aumentar a quantidade de açúcar e, em consequências mais graves, causar a diabetes.
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Como é feito o diagnóstico para apneia?
É comum que o paciente que sofre de apneia do sono não perceba que tem o problema. Geralmente os sinais são percebidos por quem dorme ao lado na cama ou até mesmo em outro quarto, pois dependendo da intensidade é possível ouvir os problemas respiratórios a longa distância.
Se alguém sinalizou que você tem roncado muito ao dormir ou feito barulhos estranhos procure ajuda profissional. Existem médicos de diferentes áreas especializados em doenças do sono. Para saber qual procurar é importante entender qual a causa da sua apneia.
Caso você não consiga decifrar, pode iniciar procurando um otorrinolaringologista. Isso porque como a apneia geralmente é causada por um estreitamento e colapso da faringe, este é o profissional mais indicado para iniciar a investigação do motivo que está levando a esse efeito.
Mas somente com o exame clínico não é possível dar um diagnóstico preciso. O profissional provavelmente pedirá que você faça um exame chamado polissonografia.
Este procedimento é realizado em uma clínica ou hospital especializado em sono. Uma série de sensores serão conectados de forma não-invasiva no paciente para a realização de vários testes simultâneos enquanto ele dorme.
A polissonografia costuma compreender diversos exames, cada um responsável por monitorar uma atividade específica:
A partir da compilação de todos estes dados, mais o histórico do paciente e análise clínica, é que o profissional poderá chegar ao diagnóstico.
Existe tratamento para apneia?
Sim, o tratamento para apneia existe. Mas diferentemente de outras doenças, não consiste no uso de medicação, mas em solucionar o problema que está causando o distúrbio.
As soluções podem ser mais simples do que se imagina em alguns casos. Por exemplo, um dos causadores do problema pode ser a respiração excessiva pela boca. E isso pode ser resolvido com medicação para desobstrução das narinas.
Se o problema for mandíbula curta, pode ser solucionado com aparelhos ortodônticos que corrijam o posicionamento da língua na hora de dormir.
Também existe um aparelho chamado CPAP, que é uma espécie de máscara que envia fluxo de ar contínuo para as vias respiratórias.
Alguns casos mais complexos, porém, podem necessitar de cirurgia. Geralmente isso ocorre quando a origem do problema é anatômica, como por exemplo quando o paciente tem desvio de septo.
Se o que tiver causando a apneia for o excesso de gordura, o médico provavelmente encaminhará o paciente para um nutrólogo ou nutricionista para que inicie um programa de emagrecimento.
Como prevenir a apneia?
Como fumantes, pessoas que bebem em excesso e pacientes obesos são fatores de risco, uma das formas de prevenção é iniciar um novo estilo de vida, com hábitos mais saudáveis.
Essa transição é difícil e requer acompanhamento profissional, mas o ganho de qualidade de vida compensará o sacrifício.
Evitar o uso de calmantes em excesso também ajuda a evitar este problema. Outra forma preventiva é fazer terapia com fonoaudiólogo focada no fortalecimento dos músculos que envolvem a língua e a faringe.
Conclusão
Nem todo paciente que ronca sofre de apneia, mas a maioria das pessoas afetadas por esta doença do sono ronca.
Esse é um dos sinais da doença, mas também é preciso estar atento a outros sintomas, como cansaço, dificuldade de concentração e sonolência durante o dia.
A maioria dos pacientes que sofrem de apneia nem desconfiam ter este problema. Por isso, se você identificar qualquer um dos indicativos mencionados ao longo deste artigo, procure ajuda profissional.
O pneumologista e o otorrinolaringologista são os profissionais que costumam tratar deste tipo de problema. Faça exames e investigue, já que o tratamento pode ser muito simples e evitar problemas de saúde muito graves que podem, inclusive, colocar a sua vida em risco.