Mais incidente entre homens com mais de 40 anos, o câncer bucal, ou de cavidade oral, como é conhecido, ocorre quando células malignas afetam regiões da boca. 

Ele pode surgir em diferentes regiões, como bochechas, lábios, língua, palato (céu da boca) e gengiva. Se diagnosticado cedo, a chance de cura é de 80%. Porém, na maioria dos casos a doença já é descoberta em estágio avançado. 

Veja a seguir o que é câncer bucal, quais os tipos mais comuns, sintomas, tratamento e principais causas. 

O que é câncer bucal?

O câncer de boca ocorre quando um ou mais tumores surgem em alguma parte da boca. Os locais mais frequentes são lábio inferior e língua. 

Apesar de nem sempre ser tão agressivo, este tipo de câncer é considerado complexo devido a região sensível onde está instalado. Mesmo tumores benignos causam preocupação. Isso porque dependendo da sua localização podem deixar sequelas em uma eventual cirurgia para remoção.

O tratamento para este tipo de câncer pode gerar consequências estéticas, na fala ou na respiração. Mas isso varia de acordo com uma série de fatores, como estágio da doença, agressividade do tumor e região onde está localizado. 

Por isso, o tratamento do câncer bucal pode envolver decisões complicadas e costuma envolver profissionais de diferentes áreas, como dentista, oncologista e cirurgião de cabeça e pescoço.

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Incidência do câncer de boca no Brasil

O câncer bucal é mais incidente em homens, onde aparece entre os 10 tipos de câncer mais comuns. Estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) para o triênio 2020 – 2022 aponta que 11.180 homens e 4.010 mulheres sejam diagnosticados com a doença por ano neste período.

Uma das grandes preocupações deste tipo de câncer é as sequelas que ele pode deixar. Isso faz com que se tenha cautela no tipo de tratamento escolhido e aumenta a importância do diagnóstico precoce. 

Segundo o Atlas de Mortalidade por Câncer, em 2018, 6.455 brasileiros morreram com a doença, sendo 4.974 homens (77%) e 1.481 mulheres.

Quais os sintomas do câncer bucal?

Os primeiros sinais que podem indicar câncer bucal são feridas na boca (podem ser nos lábios ou internas) que não cicatrizam por período superior a 15 dias. É importante ficar atento também se elas estão crescendo e apresentando sangramento. 

Outros sintomas são:

  • Dor na boca
  • Nódulos no pescoço
  • Rouquidão persistente
  • Manchas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengiva, bochechas ou no céu da boca.
  • Em casos mais avançados, podem aparecer também dificuldade de mastigação ou para engolir; dificuldade para movimentar a língua; sensação de ter algo preso na garganta e dificuldade na fala. 

    Todos estes sinais podem estar associados também a outras doenças. Mas somente um profissional da saúde poderá examinar e detectar a causa do seu problema. 

    Por isso, ao notar qualquer um destes sintomas procure o médico ou dentista imediatamente.

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    Como é feito o diagnóstico?

    O diagnóstico do câncer bucal é feito a partir de um exame clínico, ou seja, no consultório médico, que pode ser de um cirurgião de cabeça e pescoço, de um otorrinolaringologista ou do dentista. Caso o profissional perceba sinais suspeitos, colhe material para enviar para análise em laboratório.

    Se a região da lesão estiver na parte de trás da boca poderá ser necessário um procedimento cirúrgico para realização da retirada de material para a biópsia.

    Caso a suspeita seja confirmada, conforme o caso, o médico poderá pedir um exame de tomografia computadorizada, raios-x ou ressonância magnética para avaliar a extensão da lesão. 

    Tipos de câncer bucal 

    O tipo de câncer bucal mais comum, responsável por 95% dos casos, é o carcinoma epidermoide, de células escamosas, que tem origem no epitélio de revestimento da boca. Os tumores desse tipo se classificam em: bem diferenciado, moderadamente diferenciado e pouco diferenciado. 

    Os outros 5% são do tipo carcinoma verrucoso, linfomas, melanomas, sarcomas e neoplasias oriundas das glândulas salivares. 

    Principais causas do câncer bucal

    Como já mencionado, este tipo de câncer é mais incidente entre os homens, com risco ainda maior após os 40 anos. 

    Os principais fatores de risco são o tabagismo e o consumo excessivo de álcool. De acordo com a Sociedade Americana do Câncer, o risco de contrair a doença é 30 vezes maior para quem bebe e fuma. 

    Vale destacar que o tabagismo inclui não só o cigarro, mas todos os produtos derivados do tabaco, como cigarro de palha, cachimbo, charuto e narguilé. Quanto maior o número de cigarros fumados, maior o risco de desenvolver a doença.

    Outras questões elevam o risco:

  • Sobrepeso e obesidade
  • Infecção pelo HPV
  • Exposição ao sol sem proteção
  • Exposição a alguns produtos tóxicos, como amianto, poeira de madeira, de couro, cimento, solventes orgânicos, agrotóxicos, entre outros. 
  • Isso não quer dizer que pessoas sem estes hábitos não possam desenvolver a doença, mas apenas que terão menor propensão. 

    Estudos apontam para a alta incidência deste tipo de câncer em trabalhadores que passam muitas horas expostos ao sol. 

    Assim como a maior parte dos tipos de câncer, hábitos saudáveis como a prática regular de atividade física e alimentação saudável, rica em alimentos naturais como legumes e verduras, além de não fumar e beber em excesso ajudam a prevenir o câncer bucal.

    Manter a boa higiene da boca também é uma forma de prevenção. Quem usa dentadura deve retirá-las diariamente para dormir e higienizá-las.

    Tomar cuidado com situações que podem traumatizar a mucosa, como uma prótese, ponte ou coroa que não estiverem bem ajustados, por exemplo, também é importante. Essas lesões a longo prazo podem se transformar em câncer. 

    O papilomavírus humano, conhecido como HPV, também é um dos fatores de risco. Como se trata de uma doença sexualmente transmissível, uma outra forma de prevenção é usar preservativo nas relações sexuais, inclusive para a prática de sexo oral. 

    Outra forma não de prevenir, mas de monitorar a saúde bucal para que, caso seja acometido pela doença, ela seja detectada no início, é fazer consultas periódicas ao dentista ou médico.

    Quem faz parte do grupo de maior risco deve realizar essas visitas com mais frequência. 

    Qual o tratamento para o câncer de cavidade oral?

    O tratamento para o câncer bucal varia conforme cada caso. Em boa parte deles, tanto mais simples como mais complexos, a decisão envolverá cirurgia para retirada do tumor ou dos linfonodos no pescoço. 

    Por isso, o tratamento costuma envolver uma equipe interdisciplinar de saúde, como o profissional responsável pelo atendimento inicial, um oncologista e um cirurgião de cabeça e pescoço.

    Devido aos efeitos colaterais, os profissionais costumam optar pela cirurgia, mas essa decisão também dependerá da dimensão do câncer e riscos de sequelas ou deformidades com o procedimento.

    Quando essa operação é considerada muito arriscada, o profissional pode optar por outras formas de tratamento, como a radioterapia, que consiste na radiação do ponto onde está o câncer, quimioterapia e imunoterapia.

    Também há casos em que a recomendação é fazer dois ou mais tipos de tratamento associados. 

    A incidência do câncer bucal pode ser reduzida com a adoção de hábitos saudáveis no dia a dia e redução do consumo do tabaco e álcool.

    Por isso, campanhas mundiais alertando sobre os malefícios do cigarro, da importância da atividade física regular e de incentivo à alimentação balanceada são tão importantes. 

    Políticas públicas na área da saúde são capazes de reduzir os impactos desta doença. 

    Cada cidadão também precisa fazer a sua parte. Manter a saúde bucal em dia, visitar o dentista ao menos uma vez por ano e prestar atenção a qualquer possível alteração na boca são atitudes muito importantes.

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    médica e paciente sorrindo e se olhando