Se você sente dor ao engolir, rouquidão, dificuldade de deglutição ou sensação de nódulo na garganta e, ainda, faz consumo de cigarro ou álcool, por exemplo, talvez seja bom investigar sobre o câncer de garganta.

O câncer de garganta é silencioso e rápido, dessa forma, precisa de constantes check-ups para ser prevenido.

E o que você sabe sobre o câncer de garganta? Acompanhe para ter todas as informações agora.

Saiba mais: O que é doença preexistente?

O que é câncer?

Segundo o site do Inca – Instituto Nacional do Câncer, câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças, onde todas têm em comum o crescimento desordenado de células.

Essas células invadem tecidos e órgãos, de maneira agressiva e descontrolada, que se dividem rapidamente formando tumores que podem se espalhar para outras regiões do corpo.

Quando o câncer começa em tecidos epiteliais como pele e mucosas, é chamado carcinoma. Se são os tecidos conjuntivos o ponto de partida, como ossos, músculos ou cartilagem, é chamado sarcoma.

Outra diferenciação é a velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos, a chamada metástase.

O que é câncer de garganta?

Câncer de garganta é o câncer que engloba as regiões da orofaringe, hipofaringe e laringe.

Orofaringe é parte da garganta localizada atrás da boca. Dessa forma, inclui a base da língua, o palato mole, as amígdalas, os pilares, as paredes laterais e posteriores.

Hipofaringe é a entrada para o esôfago, onde os alimentos passam para alcançar o estômago.

Já a laringe é a chamada caixa de voz, já que é um dos órgãos que permite a fala e contém as cordas vocais. Está localizada no pescoço, acima da abertura da traqueia. É dividida em supraglote (cima das cordas vocais), glote (área das cordas vocais) e subglote (área abaixo das cordas vocais).

Segundo o Inca, aproximadamente 2/3 dos tumores surgem na glote e 1/3 na laringe acima das cordas vocais

Segundo o Inca, em 2020 estima-se que houveram 7.650 novos casos de câncer de laringe, sendo 6.470 em homens e 1.180 em mulheres. Além disso, dados do mesmo instituto de 2018, informaram que foram 4.462 mortes, sendo 3.859 homens e 596 mulheres.

Quais os tipos de câncer de garganta

Primeiramente, os cânceres de garganta são carcinomas das células escamosas que revestem a laringe.

São tipos de câncer bem mais comuns em homens do que mulheres, a maioria maior de 40 anos, sendo 95% delas fumantes.

Já os cânceres de cordas vocais normalmente provocam sintomas mais cedo, propagam-se menos e são curados mais facilmente que os das outras partes da garganta.

Os tumores que se originam na região da garganta podem ser do tipo primitivo, que é quando tem origem no próprio pescoço, ou secundários, quando são metastáticos.

Existem outros tipos de câncer de garganta, como:

  • Linfoma de Hodgkin: tumor maligno que se origina no tecido linfático. Possui crescimento lento e indolor. Pode gerar febre e perda de peso;
  • Linfoma não-Hodgkin: linfonodos mais evoluídos, com formas simétricas no pescoço. Podem atingir cadeias linfáticas não relacionadas.
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    O que causa câncer de garganta?

    Os principais fatores de risco para o câncer de garganta são:

  • Álcool: o consumo frequente aumenta o risco de aparecimento de lesões na garganta e outros tipos de câncer;
  • Bebidas quentes: podem agredir as células da mucosa tornando-se um fator de risco secundário para câncer de boca e esôfago;
  • EBV: o vírus Epstein-Bar infecta os linfócitos B, onde algumas pessoas adquirem a mononucleose infecciosa através do contato com outras salivas. Na exposição crônica da doença podem ocorrer carcinomas da nasofaringe, linfoma de Burkitt ou de Hodgkin;
  • Exposição a produtos químicos: amianto, poeira de madeira, de couro, de cimento, de cereais, têxtil, formaldeído, sílica, fuligem de carvão, agrotóxicos e outros;
  • Exposição excessiva ao sol: responsável pelo aparecimento do câncer de pele na região do pescoço;
  • HPV: o vírus do papiloma humano é transmitido principalmente pelas relações sexuais e podem causar lesões na cavidade oral, orofaringe e diversas outras áreas do corpo como órgãos genitais e colo do útero;
  • Imunossupressão: pessoas que tem o sistema imunológico enfraquecido podem desenvolver câncer de orofaringe;
  • Síndromes genéticas: anemia de Fanconi ou disceratose congênita trazem risco elevado de desenvolver câncer de boca e garganta;
  • Tabaco: o tabagismo é o principal fator isolado que causa os cânceres de cabeça e pescoço.
  • Sintomas do câncer de garganta

    A rouquidão é um dos primeiros sintomas no caso de câncer de laringe. Dessa forma, se ela persistir por mais de duas ou três semanas, deve ser procurado atendimento médico.

    Outros sintomas relacionados ao câncer de garganta:

  • Caroço no pescoço (quando já há propagação do câncer a um linfonodo);
  • Dificuldade para mastigar, engolir ou respirar;
  • Dor de garganta;
  • Dor de ouvido;
  • Mal hálito persistente;
  • Mudanças na voz;
  • Perda de peso;
  • Respiração ruidosa;
  • Voz de "ovo na boca", quando a pessoa fala como se parecesse ter um ovo quente na boca.
  • Quais exames detectam câncer de garganta?

    Em primeiro lugar, para conseguir detectar o câncer de garganta o mais cedo possível, o ideal é sempre estar em dia com os check-ups médicos.

    Nesse caso, o médico examina o pescoço para checar a tireóide, laringe e linfonodos, procurando algum tipo de caroço ou problema para engolir.

    Para fazer o diagnóstico de um câncer de garganta, é necessário, primeiramente fazer um exame de laringe com um tubo fino e flexível chamado laringoscópio.

    É colhida uma amostra de tecido para ser feita a biópsia, onde o material é analisado por um patologista. Esse exame é feito em sala de cirurgia e o paciente fica sedado sob anestesia geral.

    Se for confirmada a presença do câncer, são feitos testes de estadiamento, que são: radiografia do tórax, tomografia computadorizada de pescoço ou tórax e tomografia por emissão de pósitrons (PET).

    Tratamentos para câncer de garganta

    O tratamento do câncer da laringe depende principalmente em qual estágio o câncer está e também da sua localização exata.

    Nesse estágio, os médicos normalmente escolhem entre cirurgia ou radioterapia. Se acaso as cordas vocais foram afetadas a radioterapia deve ser a melhor opção.

    No entanto, em um câncer de laringe em estágio inicial, muitos médicos escolhem uma microcirurgia ao invés da radioterapia, por ser mais eficaz e o tratamento mais rápido.

    Quando os tumores já estão se propagando para tecidos vizinhos, os médicos podem optar por radioterapia combinada com quimioterapia, a chamada quimiorradioterapia. Isso porque ela é mais eficaz em relação ao impacto na voz do paciente do que a cirurgia.

    No entanto, se permanecer algum câncer após o tratamento, a cirurgia ainda pode ser necessária.

    Se o câncer já tiver se propagado para ossos ou cartilagem, a cirurgia para remover a laringe em partes ou na sua totalidade, chamada laringectomia pode ser necessária. Ela ainda é seguida de radioterapia e, às vezes, quimioterapia.

    Nesse estágio, a cura costuma não ser muito provável.

    Os tratamentos sempre provocam efeitos colaterais bem significativos, como:

  • Cirurgia: pode afetar a deglutição e a fala;
  • Quimioterapia: dependendo do fármaco usado, os efeitos são diferentes. Inclui náuseas, perda de apetite, formigamento das mãos e dos pés, feridas nos lábios, vômitos, perda de audição e infecções;
  • Radiação: pode causar inflamação, coceira e alterações na pele, perda de cabelo, cicatrizes, perda do paladar e boca seca.
  • Quais as chances de cura do câncer de garganta?

    As chances de cura aumentam quanto mais cedo o tumor for encontrado e está entre 60% e 70%. A sua reincidência está entre 30% e 40%.

    Além disso, pacientes submetidos à laringectomia total podem ter a reabilitação da voz com o uso de próteses fonatórias tráqueo-esofageanas. Dessa maneira podem ter bons resultados funcionais e qualidade de vida restaurada após a cirurgia.

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    médica e paciente sorrindo e se olhando