A doença de Addison, também conhecida como insuficiência adrenal primária e insuficiência adrenocortical primária crônica, acontece quando as glândulas adrenais passam a funcionar mal, produzindo quantidade insuficiente de hormônios. Desse modo, o organismo passa a ter carência de cortisol e aldosterona.
Essa doença é considerada rara, com a prevalência de 0,45-11,7 casos por 100.000 habitantes, segundo dados do Ministério da Saúde[1].
Embora possa afetar pessoas de qualquer idade ou sexo, sua maior incidência ocorre em pacientes na faixa etária entre 30 e 40 anos. Ela pode ser desencadeada por diversos fatores, entre eles, uso de medicamentos por tempo prolongado, infecções ou outras doenças que possam causar processos autoimunes.
A seguir, saiba o que é essa doença, sintomas, tratamento e por que os hormônios cortisol e aldosterona são tão importantes para o organismo. Boa leitura!
O que é a doença de Addison?
Doença de Addison é o nome dado à condição na qual as glândulas suprarrenais, conhecidas também como glândulas adrenais, passam a produzir quantidades de hormônios insuficientes para o organismo.
Ela leva o nome do médico britânico Tomas Addison, que foi quem descreveu, no século 19, a característica clínica do mal causado por ela. Ela é considerada uma doença autoimune, endócrina, rara e crônica.
A doença de Addison ocorre quando o organismo tem uma resposta autoimune, destruindo as glândulas suprarrenais, impossibilitando que elas produzam dois hormônios muito importantes para o metabolismo: o cortisol (um glicocorticoide) e o aldosterona (um mineralocorticoide).
A seguir explicaremos a importância de cada um deles com mais detalhes.
O cortisol é um hormônio da família dos esteróides. A função principal desse organismo é ajudar a reduzir o estresse e inflamações. Ou seja, ele é fundamental para o bom funcionamento do sistema imunológico e também auxilia o organismo a manter o nível do açúcar no sangue e a pressão arterial estáveis.
Esse hormônio também é da família dos esteróides e sintetizado pelo córtex da glândula suprarrenal. Sua função no metabolismo é controlar os níveis de sódio e potássio, assim como os fluidos.
O aldosterona atua para diminuir a eliminação do sódio, aumentando a excreção de potássio no rim e nas glândulas sudoríparas e salivares. Portanto, é o principal responsável pelo equilíbrio do sódio e do potássio no organismo. Isso pode impactar diretamente na retenção de líquidos no corpo, assim como no volume de sangue e na pressão arterial.
Leia também: Como a alimentação melhora a sua imunidade?
Quais os sintomas da doença de Addison?
Os sintomas dessa doença podem ser variados e abrangentes. Como se desenvolvem lentamente, podem ser facilmente confundidos com os de outras doenças.
Veja a seguir os sintomas mais frequentes:
Como os sintomas são variados, pode ser que a pessoa tenha a doença e não consiga a identificar em um primeiro momento.
Por isso, é fundamental visitar o médico regularmente e prestar atenção em qualquer sinal suspeito e assim, buscar um atendimento especializado.
Faça uma cotação grátis e encontre o melhor plano de saúde para você
Como é feito o diagnóstico?
Como a Doença de Addison é rara e se manifesta lentamente seu diagnóstico pode levar um tempo. Isso porque os sintomas iniciais despistam para várias outras possibilidades, sendo necessário um acompanhamento criterioso e a ajuda de exames complementares.
O diagnóstico é feito com base no relato do paciente e nas observações clínicas realizadas pelo médico na consulta. Para chegar a uma conclusão do diagnóstico, o profissional precisará de exames que fornecem pistas e evidências que apontam ou descartam a confirmação da Doença de Addison.
Os exames que auxiliam no diagnóstico são:
Como funciona o tratamento?
O médico especialista para tratar a doença de Addison, após a confirmação do diagnóstico, é o endocrinologista. O tratamento envolve reposição hormonal, que deve ser feito com muita cautela e o paciente deve respeitar as recomendações médicas rigorosamente.
Como essa é uma doença crônica, o acompanhamento médico deve ser constante para que o paciente possa aferir periodicamente como estão os níveis dos hormônios que a doença derruba.
É importante ressaltar que, quanto antes o paciente começar o tratamento, melhor será a resposta do organismo e a eficácia do processo. Se tratada cedo, a Doença de Addison pode não chegar a trazer sérias complicações decorrentes da baixa produtividade hormonal.
O tratamento de pacientes com insuficiência adrenal primária tem como objetivo suprir a carência do cortisol e do aldosterona. Desse modo, são prescritos medicamentos como glicocorticoide (conhecidos como: prednisona, prednisolona e dexametasona) e fludrocortisona (conhecido como fludrocortisona).
Esses medicamentos têm a função de repor a carência dos hormônios e só devem ser tomados mediante prescrição médica.
Quais as causas da Doença de Addison?
A Doença de Addison pode ter várias causas, como, por exemplo, doenças autoimunes e o uso de medicamentos como a prednisolona.
Além disso, ela pode ser desencadeada por doenças infecciosas, como tuberculose, histoplasmose e infecções virais. Doenças genéticas como adrenoleucodistrofia, hiperplasia adrenal congênita e tumores também podem aumentar a predisposição para desenvolver problemas nas glândulas suprarrenais.
Portanto, é difícil estabelecer uma causa específica. Pessoas que já foram diagnosticadas alguma vez por uma das doenças citadas como causa devem visitar o médico regularmente e realizar os exames de rotina para monitorar como vai seu estado de saúde.
Como prevenir essa doença?
Também é fundamental visitar o médico regularmente para realizar exames de rotina. Isso permitirá que você tenha mais informações sobre como está o seu estado de saúde.
Essa é uma importante estratégia para você não se surpreender por alguma doença repentina e em caso de algum diagnóstico de uma doença crônica, você poderá tomar ações com mais agilidade, aumentando a eficácia do tratamento.
Quais as complicações possíveis da Doença de Addison?
Se a doença de Addison não for devidamente tratada, ela pode trazer complicações futuras. No entanto, algumas doenças crônicas, como diabetes, hipoparatireoidismo, anemia perniciosa, tireotoxicose, hipofunção ovariana, no caso das mulheres, ou insuficiência testicular, no caso dos homens, podem surgir em consequência dessa patologia.
Vale ressaltar que essas doenças citadas são difíceis de tratar e exigem cuidados constantes. Além disso, pode comprometer a fertilidade feminina ou masculina se a pessoa não tiver os cuidados necessários.
A Doença de Addison tem cura?
Essa é uma doença crônica, portanto, não tem cura. Mas vale ressaltar que quando o paciente é submetido ao tratamento, pode levar uma vida normal, sem maiores complicações. Quanto antes o paciente começar o tratamento, mais chances de sucesso e menos efeitos.
Vale lembrar que, como qualquer doença crônica, quem tem Doença de Addison precisará de acompanhamento médico para monitorar o progresso ou regresso do quadro durante o resto da vida.
Conclusão
Embora a Doença de Addison seja rara, caso tenha os sintomas citados anteriormente é importante procurar atendimento médico, pois somente este profissional pode descartar essa possibilidade.
Essa doença pode ter consequências graves se não tratada cedo, mas, com o acompanhamento médico necessário, é possível conviver com ela mantendo a qualidade de vida.