A epilepsia é uma enfermidade muito mais comum do que se imagina. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 50 milhões de pessoas no mundo e cerca de 3 milhões de brasileiros[1] sofrem desta doença.

Ela pode ser consequência de um distúrbio genético, traumatismo ou lesão cerebral adquirida, como acidente vascular cerebral (AVC).

Assistir a uma pessoa sofrendo um ataque epilético é uma experiência marcante e pode causar pânico por não se saber como agir. Mas tomar medidas na hora certa é muito importante para amparar e passar segurança para o paciente. 

A seguir saiba tudo sobre epilepsia, tipos de crises e como agir caso veja alguém passando por uma. Boa leitura!

O que é epilepsia?

A epilepsia, de acordo com a Liga Brasileira de Epilepsia, é um distúrbio do cérebro que consiste na predisposição persistente de gerar crises epilépticas[2]. 

Essa é uma das doenças neurológicas mais comuns no mundo, acomete cerca de uma a cada 100 pessoas[3]. A cada crise ocorre uma descarga anormal de neurônios. Isso faz com que as atividades normais ou habituais do cérebro sejam interrompidas e produz manifestações involuntárias da pessoa.

Uma crise pode causar desmaios, contrações musculares, respiração ofegante, convulsões, ausência, movimento aleatório das mãos, entre outros. 

Essas crises podem se repetir em intervalos variáveis e se manifestam de formas diferentes, conforme a condição do paciente. 

Uma pessoa diagnosticada com epilepsia terá predisposição a ter ataques epiléticos durante toda a vida. Por isso, terá de tomar medicações de uso contínuo e seguir sendo sempre acompanhada por seu médico. 

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Quais as causas da epilepsia?

As causas da epilepsia variam de acordo com a faixa etária do paciente.

No caso das crianças, por exemplo, ela pode ser causada por anóxia neonatal (falta de oxigênio durante o parto) ou por problemas inatos do metabolismo (alterações metabólicas que podem surgir desde o nascimento).

No caso de idosos, a doença pode ser provocada por acidentes vasculares cerebrais, tumores ou lesões na cabeça sofridas durante a vida.

Os tipos de crises epiléticas 

A epilepsia pode causar dois tipos distintos de crises: as focais e as generalizadas. Cada uma delas afeta o paciente de uma maneira específica. 

São aquelas que atingem uma área específica do cérebro. Elas podem ser chamadas de parciais e se subdividem em dois tipos: simples e complexas.

  • Simples: a epilepsia é considerada simples quando não há perda de consciência do paciente. Ela pode provocar algumas alterações sensoriais, como alterações no olfato, paladar, movimentos involuntários em partes do corpo, tontura ou formigamento;
  • Complexas: é considerada complexa a crise em que ocorre mudança ou perda de consciência. Nesses casos, o paciente pode perder o domínio do seu ambiente em volta e ter movimentos involuntários repetitivos, como esfregar as mãos sem parar.
  • São aquelas em que atingem os dois lados do cérebro de maneira generalizada, como o próprio nome. Veja as principais:

  • Crise mioclônicas: se caracterizam por espasmos ou movimentos bruscos dos braços e pernas. Esses movimentos são repentinos e rápidos, como contrações musculares.
  • Crise de ausência: é caracterizada pela ausência de consciência. A pessoa fica parada olhando para o nada em uma situação completamente apática, podendo fazer alguns movimentos sutis, como piscar os olhos ou mexer as mãos. Esse é o tipo de crise mais comum em crianças.
  • Crises atônicas: esse tipo provoca perda de controle muscular, podendo afetar os braços, pernas e costas, ocasionando eventualmente a queda da pessoa.
  • Crises clônicas: provocam movimentos repetitivos, podendo atingir áreas do braço, pescoço e face.
  • Crises tônico-clônicas: esse tipo provoca perda de consciência, rigidez, perda de controle da língua ou da bexiga, tremores. É o tipo mais conhecido, o paciente fica se debatendo. Ela pode ocorrer junto com a crise de ausência. 
  • Quais os sintomas da epilepsia?

    Os sintomas variam conforme o tipo de crise e a região do cérebro que foi afetada, conforme descrito no tópico acima. 

    O mais fácil de reconhecer é o que se manifesta através da crise tônico-clônica, a qual provoca convulsões no paciente e gera muita preocupação para quem estiver presenciando.

    Como a maioria dos sintomas podem variar, nem sempre é fácil e simples identificar se o paciente sofre de epilepsia ou não.

    Diagnóstico

    O diagnóstico de epilepsia é feito por meio da avaliação médica, com a análise do histórico do paciente. Para que seja diagnosticada, o paciente deve ter manifestado recorrência involuntária das crises epiléticas em um intervalo de 24 horas.

    Vale ressaltar que apenas um episódio de crise não é o suficiente para se ter a confirmação do diagnóstico. Caso a avaliação do histórico do paciente não seja suficiente, o médico pedirá exames complementares para se certificar, como por exemplo:

  • Eletroencefalograma;
  • Tomografia de crânio;
  • Ressonância magnética do cérebro;
  • O diagnóstico correto da epilepsia é fundamental para que o médico possa elaborar uma estratégia de tratamento adequada.

    Epilepsia tem tratamento?

    O tratamento para epilepsia costuma ser indicado após a segunda crise, desde que se tenha certeza do diagnóstico. As medicações auxiliam para bloquear as crises, impedindo que a atividade anormal do cérebro se manifeste.

    A eficácia do tratamento depende exclusivamente do uso regular da medicação por parte do paciente. Ela pode ser recomendada por um período e nem sempre por toda a vida. 

    Após ser diagnosticado com epilepsia, o paciente precisa manter o acompanhamento médico regular, para saber se a medicação está fazendo efeito e se não está causando nenhum tipo de reação indesejável.

    Como agir em casos de crises

    Se por acaso você presenciar uma crise de epilepsia e ela for semelhante a uma convulsão, deite a pessoa de lado e apoie a cabeça de maneira que ela fique protegida. Coloque uma almofada ou algo macio para apoiá-la, isso vai evitar que a pessoa bata a cabeça no chão. 

    Além disso, é importante esvaziar a área ao redor e verificar se não existe nada que possa machucar a pessoa ou se ela não está segurando nada com que ela possa se ferir, como uma tesoura ou uma faca, por exemplo. 

    Também é importante observar se não existe nada que possa estar bloqueando a respiração, como roupas apertadas.

    Em média, as crises costumam ser breves e passam em um período inferior a 5 minutos. Caso dure mais que isso, chame o socorro imediatamente para que a pessoa seja encaminhada para um atendimento de emergência.

    Qual a diferença entre um ataque epilético e uma convulsão?

    A convulsão pode estar relacionada a um ataque epilético, mas qualquer pessoa pode convulsionar sem que tenha essa enfermidade. Isso porque a convulsão pode ocorrer por inúmeras outras causas, como AVC ou hemorragia. 

    Por isso, uma pessoa que sofre uma convulsão não necessariamente é epiléptica. 

    Vale lembrar que a epilepsia se manifesta por meio de variados tipos de crise e nem sempre causa convulsão. 

    Como prevenir a epilepsia 

    Algumas causas da epilepsia podem ser evitadas, como aquelas que são neonatais, por exemplo. Para isso, é fundamental fazer um pré-natal de qualidade e ter uma boa assistência médica durante o parto.

    Além disso, hábitos saudáveis como: alimentação balanceada, horas suficiente de sono e controle rigoroso de doenças crônicas, como a hipertensão, servem para diminuir os fatores de risco de AVC, o que pode fazer com que a pessoa tenha epilepsia.

    Conclusão

    A epilepsia é uma condição neurológica que acomete boa parte das pessoas, sendo uma das mais comuns, mas não tem cura. 

    Ela pode ser controlada com tratamento, mas requer acompanhamento médico para o resto da vida. 

    Caso você note qualquer um dos sintomas de uma crise procure um médico. E se você ver alguém sofrendo um ataque epilético procure manter a calma e deixar a pessoa confortável. Após crises em que se perde a consciência, é comum que a pessoa fique muito assustada e a postura de quem a está auxiliando será fundamental para que ela mantenha a tranquilidade.

    Agora que você já sabe tudo sobre epilepsia, faça uma cotação na Zelas Saúde para ver qual plano de saúde é mais indicado para você. Invista na sua saúde e tenha acesso fácil a exames e atendimento médico de qualidade quando precisar.   

    médico cuidando de paciente

    1-https://epilepsia.org.br/mitos-e-verdades-de-epilepsia/

    2-https://epilepsia.org.br/wp-content/themes/moqueca/images/Relato-oficial-da-ILAE-Uma-defini%C3%A7%C3%A3o-pratica-de-epilepsia.pdf

    3- https://www.einstein.br/doencas-sintomas/epilepsia