Você já ouviu falar sobre a esclerose múltipla? Trata-se de uma doença neurológica crônica, que não tem cura. A Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM) estima que 35 mil brasileiros tenham esta patologia, que acomete mais mulheres brancas com idade entre 20 e 40 anos [1].
Quem tem essa anomalia precisa fazer tratamento constante pelo resto da vida para tentar manter a qualidade de vida.
De acordo com o atlas da Federação Internacional de Esclerose Múltipla [2], existem pelo menos 2,8 milhões de pessoas com a doença no mundo. Mas ainda há muito a ser descoberto. Estudos em andamento tentam desvendar o que causa esta disfunção.
Veja a seguir como essa doença afeta quem é diagnosticado, quais os sintomas e o tratamento. Boa leitura!
O que é esclerose múltipla?
A esclerose múltipla (EM) é uma doença crônica e autoimune, ou seja, o sistema imunológico do paciente ataca o próprio organismo. Isso acontece porque ele confunde as células saudáveis com intrusas e as combate, desencadeando um processo inflamatório, com uma progressão variável, com surtos e remissões.
A doença afeta o cérebro, os nervos ópticos e a medula espinhal. Os danos causados no sistema neurológico deterioram a membrana conhecida como mielina, proteína que tem como finalidade revestir os nervos. Isso pode provocar a incapacidade de locomoção do paciente.
A patologia recebe este nome porque provoca múltiplas lesões inflamatórias no cérebro, interrompendo a comunicação do sistema nervoso central com outras partes do corpo.
Desse modo, a esclerose múltipla pode afetar potencialmente a qualidade de vida de uma pessoa, causando limitações motoras tanto a médio, quanto a longo prazo.
É um processo irreversível, com diagnóstico difícil e sintomas muito variáveis, o que dificulta o início de um tratamento precoce para frear o avanço da doença.
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Quais os sintomas da esclerose múltipla?
Os sintomas da esclerose múltipla oscilam muito e podem aparecer em períodos muito distantes um do outro. A pessoa pode ficar meses e até anos sem manifestar nenhum tipo de sinal dessa doença. Isso dificulta o diagnóstico.
Entre os diversos sintomas que a doença pode se manifestar são:
Os sintomas são muito amplos, pois variam conforme a região que está sendo afetada. Além disso, podem ser confundidos com outras doenças mais comuns.
O fundamental é comparecer ao médico com certa regularidade para fazer um check-up e ter todos os exames de rotina em dia.
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Como é feito o diagnóstico da esclerose múltipla?
O diagnóstico para a esclerose múltipla é feito a partir de um conjunto de análise clínica com comprovações por meio de exames, os principais são a ressonância magnética e análise do líquor (fluído incolor produzido pelo cérebro e que tem como função a proteção mecânica do sistema nervoso central).
Geralmente o médico procurado aos primeiros sintomas é um clínico-geral ou oftalmologista, já que os sinais podem indicar também uma série de outras doenças. Caso na consulta estes profissionais desconfiem se tratar de esclerose múltipla ou de um problema neurológico, encaminharão o paciente a um neurologista que provavelmente pedirá estes exames.
Mas o diagnóstico clínico é difícil e pode demorar até que o médico chegue a esta desconfiança. É comum ocorrer subvalorização da doença porque ela acomete, na maioria das vezes, pessoas jovens.
O médico fará o levantamento dos sintomas gerais e analisará as recorrências do surto, junto com informações que evidenciem duas ou mais lesões no cérebro, o que será mostrado no exame de ressonância.
Outros exames também deverão ser pedidos para se descartar outras possíveis doenças com sintomas semelhantes.
A análise do líquor geralmente é utilizada para confirmação do diagnóstico. Para extrair esse fluído, é feita uma punção na lombar que retira o líquor da medula espinhal e o fluído é encaminhado ao laboratório para análise, com a finalidade de detectar anomalias associadas à esclerose múltipla.
Esse procedimento serve para descartar infecções virais que possam estar interferindo nos sintomas neurológicos e assim se chegar a uma conclusão assertiva sobre a doença.
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Como é o tratamento para esclerose múltipla?
A esclerose múltipla não tem cura, mas é possível ser controlada e garantir uma longevidade maior ao enfermo. O tratamento para ela consiste na administração de remédios que podem garantir qualidade de vida ao paciente e reduzir o progresso da doença.
De acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), os medicamentos utilizados no tratamento visam reduzir as ações inflamatórias sofridas pela mielina. Eles diminuem a intensidade e a frequência dos surtos. Esses remédios são conhecidos como imunomoduladores.
O tratamento também é feito com medicações imunossupressoras. Entre elas, destacam-se a azatioprina, a ciclosfosfamida, o mitoxantrone, o methotrexate e a ciclosporina.
Cada caso é relativo e os medicamentos usados vão depender do estado da doença e como ela está afetando a qualidade de vida do doente. Existem medicações utilizadas especificamente para os períodos de surto, por exemplo, outras para reduzir sintomas e ainda aquelas que ajudam a retardar o avanço da doença.
Todos os medicamentos utilizados são distribuídos gratuitamente no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS), através de centros públicos de saúde que sejam referência no tratamento de esclerose múltipla. Para isso, é preciso ter o relatório médico que confirme a existência da doença.
Além dos medicamentos, também é recomendado atividades físicas e fisioterapia.
A fisioterapia é indicada para pacientes que tenham perda motora significativa e precisam de reabilitação. Isso ajuda a ampliar os movimentos e ensinar músculos que ainda estão bem conservados a suprirem outros que estão debilitados.
Outra função muito importante da fisioterapia é seu papel para a reeducação esfinctérica, porque dependendo do estágio da doença, ela pode causar incontinência urinária ou fecal e esse tratamento acaba sendo muito importante para o controle das necessidades fisiológicas.
As atividades físicas que envolvem o fortalecimento muscular e atividade aeróbica também são importantes para melhorar o quadro clínico.
O que pode causar a esclerose múltipla?
Ainda não existe comprovação científica sobre o que causa a esclerose múltipla. Mas alguns fatores de risco podem ser apontados. Confira alguns:
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Como prevenir a esclerose múltipla?
Como ainda não existe comprovação científica sobre a causa dessa doença, não há como apontar formas de evitá-la.
Mas manter hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, atividades físicas regulares, evitar bebidas alcoólicas em excesso e não fumar e fazer uso de outras drogas são práticas que ajudam a manter o corpo livre de muitas doenças e que podem amenizar a progressão da esclerose múltipla.
Um diagnóstico precoce é muito importante para evitar que a esclerose evolua e para manter a qualidade de vida. Portanto, procure um médico caso perceba qualquer um dos sintomas da doença e busque fazer consultas médicas regulares de check-up para ver se está tudo bem.
[1] http://abem.org.br/esclerose/o-que-e-esclerose-multipla/
[2] http://abem.org.br/wp-content/uploads/2020/09/AtlasOfMS_3rdEdition_traduzido.pdf