Com o aumento da incidência de casos no Brasil, muito tem se ouvido falar da febre amarela. Isso porque a melhor forma de combater essa doença infecciosa aguda é por meio da vacinação. Portanto, quanto mais informação e conscientização sobre a vacina menores serão as chances de vivermos um surto da doença. Causada por um vírus e transmitida por mosquitos, a febre amarela pode ter gravidade variável. Apesar de ser considerado um vírus perigoso, no geral a maioria das pessoas se curam, sem grandes complicações.
A doença é causada pelo Flavivirus, encontrado mais facilmente nas Américas Central e do Sul e na África, por se tratar de um vírus tropical. No Brasil, sua ocorrência é maior na região Amazônica. Contudo, também são localizados focos da doença em outras regiões do País. A febre amarela recebe esse nome por causar amarelidão do corpo (icterícia) e, em casos mais sérios, hemorragias.
Os principais sintomas da febre amarela são febre, dor muscular, náuseas e vômitos, perda de apetite e fraqueza. Neste post, vamos falar mais sobre a transmissão da doença, diagnóstico, tratamento e prevenção. Importante: a febre amarela não passa de pessoa para pessoa.
Aproveite para tirar todas as suas dúvidas sobre a febre amarela!
O que é a febre amarela?
Agora você já sabe que a febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda transmitida aos seres humanos por mosquitos. Mas sabia que ela é dividida em dois tipos! Ela pode ser silvestre e urbana. A febre amarela silvestre é transmitida pelo mosquito Haemagogus, que vive no topo de árvores de florestas, e transmite a doença principalmente a macacos. Já a febre amarela urbana é transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus.
O mosquito Aedes aegypti, que transmite a febre amarela, é o mesmo que transmite a dengue, a chikungunya e a zika. Este mosquito pode ser encontrado nos arredores das casas em depósitos de água parada. A transmissão para os seres humanos ocorre quando o mosquito pica uma pessoa doente e depois pica uma pessoa saudável que não foi vacinada.
Felizmente, graças à ampla vacinação, oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a febre amarela urbana foi erradicada no Brasil. Nas regiões que são identificados casos da doença, há vacinação em massa no local. Fique tranquilo se você tem medo de cuidar ou chegar perto de alguém que está com febre amarela. Você só tem risco de ser contaminado se não tiver se vacinado e for picado por um mosquito infectado pelo vírus.
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Onde o vírus surgiu e suas áreas de risco
De acordo com estudos genéticos realizados, o vírus da febre amarela teve a sua primeira incidência há cerca de três mil anos no continente africano. A sua chegada no Brasil teria ocorrido por meio dos navios que transportavam escravos para trabalharem em minas e lavouras. Nessa época, o saneamento básico era precário e as cidades estavam infestadas de mosquitos.
Apesar da região amazônica ser apontada como uma zona de maior risco de transmissão da febre amarela, a verdade é que o Brasil como um todo é uma grande área de risco. Exceto áreas do litoral da região sul, mas em quase todo o País são registrados casos, inclusive em São Paulo.
Considera-se os meses de janeiro a abril um período mais crítico para terem mais casos da febre amarela no Brasil. São meses com um período maior de chuvas e, nessa época, há um aumento da quantidade do mosquito transmissor.
Conheça os sintomas da febre amarela
A febre amarela pode apresentar sintomas e gravidades variados. É difícil saber como cada corpo vai reagir ao vírus. Nos casos mais leves, os sintomas podem ser confundidos com uma virose e estado gripal. Muitas pessoas com o vírus da febre amarela não apresentam manifestações da doença e podem nem perceber que estão infectadas. No entanto, a doença pode ter sérias complicações e levar à morte.
Os sinais da doença surgem, normalmente, de maneira súbita de três a seis dias após a picada do inseto. Fique atento se tiver esses sintomas, principalmente se viajou para áreas de risco de transmissão da febre amarela:
– Febre com calafrios
– Mal-estar
– Dor de cabeça
– Dores musculares muito fortes
– Cansaço
– Dor abdominal
– Dor nas costas
– Vômito e diarreia
Entre os sintomas mais graves da febre amarela, podemos mencionar:
– Icterícia progressiva
– Hemorragias
– Comprometimento dos rins
– Comprometimento do fígado
– Comprometimento dos pulmões
– Problemas cardíacos
– Convulsões e delírios
A forma grave da febre amarela costuma surgir após um período de aparente melhora. Além de febre, dor abdominal, vômito e diarréia, a pessoa pode ter sangramentos nas gengivas e pelo nariz e as fezes e o vômito podem ser escuros. Pode haver comprometimento do fígado e o volume de urina diminui ou a pessoa até deixa de urinar, por mau funcionamento dos rins.
Todavia, os casos mais graves não são os mais comuns. A verdade é que grande parte dos pacientes melhora após 2 a 4 dias de sintomas, tornando-se imune a novos episódios da doença.
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O que devo fazer se tiver com suspeita de febre amarela?
Sabia que os sintomas iniciais da febre amarela são os mesmos da dengue e da leptospirose? Por isso, caso você apresente sintomas similares aos que listamos acima é necessário procurar um médico rapidamente para que seja feito o diagnóstico correto.
O diagnóstico é feito por meio de exame físico no paciente e coleta de sangue e exame sorológico. Este exame deve ser colhido a partir do 5º dia do início dos sintomas. Com base no resultado do exame, é possível prescrever o melhor tratamento.
Como funciona o tratamento para febre amarela
Infelizmente, não existe um tratamento específico para febre amarela. Ou seja, não há medicações capazes de destruir o vírus ou reverter o quadro clínico do paciente. O único tratamento possível é o de acompanhamento e suporte dos sintomas e sua evolução. O doente deve permanecer em repouso e, nos casos necessários, em ambiente hospitalar para evitar as complicações graves da doença – quando podem ser necessárias diálises e transfusões de sangue.
Os médicos vão manter o paciente bem hidratado e introduzir medicações para equilibrar a pressão arterial, corrigir os desequilíbrios metabólicos e aliviar os sintomas. É importante destacar que, assim como na dengue, o uso de remédios que contenham ácido acetilsalicílico, como a aspirina, é contraindicado. Isso porque eles aumentam o risco de sangramentos.
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Vacina previne a febre amarela
A única forma de prevenção da febre amarela é a vacinação, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Muita gente tem medo, mas saiba que a vacina contra a febre amarela é segura e integra o calendário de vacinação brasileiro, disponível gratuitamente nos postos de saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A vacina da febre amarela é feita a partir do vírus atenuado e é aplicada na região do braço. A sua eficácia passa a valer a partir do décimo dia depois de ter tomado a vacina. Todas as pessoas que vão viajar para regiões endêmicas da doença ou vivem nessas regiões devem se vacinar.
A vacina com dose completa dura a vida toda, enquanto a fracionada (meia dose) tem validade de nove anos, conforme a OMS. Ou seja, se você tomou dose única nunca mais precisará se vacinar. Para aqueles que tomaram dose fracionada e para crianças de 9 meses a 5 anos de idade é necessário revacinar para garantir maior proteção.
A vacina costuma apresentar poucos efeitos colaterais. Caso aconteçam, vão desde episódios de dor no local, a dor de cabeça e febre (entre cinco a dez dias depois da aplicação).
A vacinação da febre amarela é contraindicada para gestantes, mulheres que estão amamentando, crianças até seis meses de idade, além de pacientes oncológicos, portadores de HIV e doenças crônicas. Informe-se no posto de saúde ou consulte o seu médico antes de tomar a vacina.
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Referências