Conhecido principalmente por sua relação com o ganho de peso, o hipotireodismo ocorre quando uma disfunção na tireoide faz com que ela produza baixa quantidade de hormônios T3 e T4, que têm grande importância para o funcionamento do organismo.

Mais comum entre mulheres e em pessoas idosas, essa disfunção também pode ocorrer em bebês recém-nascidos. 

Embora seu tratamento seja relativamente simples, precisa ser feito, em boa parte dos casos, de forma contínua e para o resto da vida. Se não tratada adequadamente, essa doença causa complicações graves que podem, inclusive, colocar a vida em risco. 

No texto a seguir, saiba o que é hipotireodismo, quais as suas causas, sintomas, tratamento e quais os riscos. 

O que é hipotireodismo?

Você com certeza já ouviu falar em tireoide, uma glândula em formato de borboleta localizada no pescoço que tem função muito importante para o metabolismo. 

Ela produz dois hormônios, a triiodotironina, T3, e a tiroxina, T4, que são responsáveis por manter a temperatura do corpo e regular os gastos energéticos. 

Eles atuam nos rins, cérebro, coração e fígado e estão diretamente relacionados ao crescimento e ao desenvolvimento do corpo. Por isso, essa doença é ainda mais perigosa na infância.

O hipotireodismo acontece quando há uma disfunção na tireoide que faz com que a produção desses hormônios fique baixa.

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Quais as causas do hipotireodismo? 

Em adultos, em boa parte dos casos, o hipotireodismo é causado por uma doença autoimune chamada Tireoidite de Hashimoto, que provoca a redução da tireoide.

Ele também pode ser provocado pela falta ou excesso de iodo na dieta, presente em maior volume em alimentos de origem marinha, como cavala, mexilhão, salmão e bacalhau. 

Outros fatores que podem ser relacionados à doença são problemas na glândula pituitária, puerpério, pós-tratamento de hipertireoidismo, remoção total ou parcial da tireoide e uso de alguns medicamentos. 

O hipotireodismo também ser congênito e acometer, inclusive, recém-nascidos. Um a cada 4 mil bebês têm essa doença[1].

Sintomas do hipotireodismo

Um dos principais indícios do hipotireodismo está relacionado ao ganho de peso sem que se tenha cometido exageros alimentares ou parado de se fazer atividades físicas, por exemplo. 

Mas essa alteração é pequena, portanto não é possível relacionar essa doença à obesidade. Existem outros sintomas ligados a essa disfunção, alguns deles são:

  • Cansaço
  • Alterações na temperatura corporal
  • Depressão
  • Constipação
  • Desaceleração dos batimentos cardíacos
  • Menstruação irregular
  • Falha na memória
  • Queda de cabelo
  • Aumento do colesterol
  • Diminuição do apetite
  • Sonolência
  • Impotência sexual e redução de libidos nos homens
  • Como é feito o diagnóstico?

    Em uma avaliação clínica e com base no histórico do paciente, o médico, o especialista nessa área é o endocrinologista, pode suspeitar do diagnóstico. Então, pedirá um exame de sangue que mostre o nível dos hormônios T3 e T4 e dosagem do hormônio TSH produzido pela hipófise. 

    Em bebês recém-nascidos, o diagnóstico é feito por meio do Teste do Pezinho, exame obrigatório que deve ser realizado nos primeiros dias de vida. 

    Qual o tratamento?

    O tratamento para hipotireodismo dependerá das causas da doença. Mas em geral ele é feito para o resto da vida e consiste em medicamentos que ajudam a repor os hormônios T3 e T4 que a tireoide deixou ou está com dificuldade de produzir. 

    A notícia boa é que fazendo o uso regular dessas medicações prescritas pelo médico a pessoa com esse diagnóstico pode levar uma vida praticamente normal. 

    Quais os riscos do hipotireodismo? 

    No caso do hopotireodismo congênito em bebês, se não houver um diagnóstico precoce, ou se o tratamento não for iniciado rápido, essa disfunção pode causar consequências graves, como retardo mental. 

    As consequências em crianças costumam ser maiores porque, conforme mencionado anteriormente, os hormônios produzidos pela tireoide estão diretamente relacionados ao crescimento e ao desenvolvimento. 

    Já em adultos, se não for diagnosticado a tempo ou se não for feito o tratamento correto, 

    o hipotireodismo pode interferir no condicionamento físico e causar falhas na memória e lentidão no cérebro, como reflexos mais vagarosos.

    Outra consequência dessa disfunção, se não tratada, é o aumento dos níveis de colesterol, o que aumenta os riscos do desenvolvimento de doenças cardíacas.  

    Essa disfunção também pode causar anemia e insuficiência cardíaca, que pode evoluir para coma mixedematoso, quando a respiração fica lenta, surgem convulsões e o fluxo de sangue para o cérebro diminui.

    Qual a diferença entre hipotireodismo e hipertireoidismo?

    A diferença entre o hipotireoidismo e o hipertireoidismo é que no primeiro há produção insuficiente dos hormônios T3 e T4, enquanto que no hiper a tireoide tem uma disfunção que provoca a produção exagerada desses hormônios. Por isso, os efeitos são opostos.

    No hipertireoidismo, por exemplo, ao invés de ganhar peso a pessoa pode perder. Além disso, os sintomas são diferentes dos do hipotireoidismo. Alguns dos mais comuns são sudorese, taquicardia, tremores, insônia, nervosismo e irritação e aumento da frequência cardíaca. 

    Como prevenir o hipotireoidismo?

    Como boa parte do hipotiroedismo é congênita ou causada por outras doenças, a forma de prevenção consiste em evitar outras causas como o excesso ou falta de iodo, o que requer uma alimentação saudável e equilibrada.

    A prática de atividades físicas regulares também é importante não só para evitar essa doença como várias outras, pois ajuda o corpo a se manter em equilíbrio. 

    Após os 40 anos, é importante incluir exames que medem a dosagem de TSH no organismo nas consultas de rotina. 

    Embora isso não vá prevenir que essa disfunção aconteça, ajudará a garantir que seja descoberta logo no início, o que é muito importante para que o tratamento tenha o efeito desejado e o paciente nem chegue a sentir os sintomas mais severos. 

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    O que uma pessoa com hipotiroedismo não pode comer? 

    Em geral, não há uma restrição definitiva de alimento a quem sofre de hipotiroedismo, a não ser em casos específicos, como por exemplo quando o desenvolvimento da disfunção está relacionado à ausência ou quantidade exagerada de iodo no organismo. Neste caso, o médico poderá aconselhar o aumento ou redução da ingestão de alimentos como peixes de água salgada, algas e castanhas.

    Mas há alguns alimentos que quem tem disfunção na tireoide deve tomar cuidado para não consumir em excesso, como couve, brócolis, couve-flor e outros vegetais crucíferos. 

    Hipotireoidismo engorda? 

    O hipotireoidismo pode gerar aumento de peso porque o metabolismo fica mais lento, mas é mito achar que ele pode estar por trás da obesidade, pois trata-se de um ganho pequeno de peso. 

    Entre os sintomas dessa disfunção, aliás, está a perda de apetite. Por isso, se você tem engordado porque tem sentido mais fome, ansiedade ou comido muito, dificilmente esse fator em si está ligado a essa disfunção. 

    Hipotireoedismo tem cura?

    Dependendo da causa, o hipotireodismo pode ter cura sim. Vale lembrar que mesmo nos casos em que não tem cura, se for tratado adequadamente ao longo da vida, a pessoa com essa disfunção terá uma vida praticamente normal. 

    Conclusão

    O hipotireoidismo é uma doença grave e séria. Um dos seus principais complicadores é que em casos mais leves pode demorar a ser diagnosticado ou até mesmo ser confundido com outros problemas, já que costuma se manifestar com sinais de fraqueza e cansaço. 

    Em pessoas idosas, é importante realizar exames de sangue para medir o TSH com certa regularidade, já que os sintomas podem acabar confundidos com sinais característicos do avançar da idade.

    Embora grave, trata-se de uma doença que tem tratamento eficaz que, se feito corretamente, não causará prejuízos à qualidade de vida.  

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    [1]https://www.endocrino.org.br/10-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-hipotireoidismo

    médica cuidando e paciente