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Novembro Azul: a luta contra o câncer de próstata

Nathalia Viana e Silva

Por Nathalia Viana e Silva

Clínica médica - CRM-SP 166122 / RQE nº 67831

O Instituto Nacional de Câncer aponta que o câncer de próstata é a segunda patologia mais incidente em homens no país, com 68.220 novos casos em 2018. Além disso, a Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE, realizada em 2013, apontou que apenas 25% dos homens, com 50 anos ou mais, fizeram exame físico ou toque retal nos 12 meses anteriores à pesquisa. 

Cerca de 75% casos ocorrem a partir dos 65 anos de idade, o que demonstra um perfil geriátrico, no qual o preconceito em relação ao diagnóstico e ao tratamento fazem com que muitos homens não busquem assistência médica preventiva. Pensando nisso, o Novembro Azul surge como uma iniciativa de mudar este quadro.

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O que é o Novembro Azul?

O Instituto Lado a Lado pela Vida surgiu no ano de 2008, com a finalidade de promover ações que fizessem com que os homens tivessem uma relação diferente com a sua saúde. Em 2011, o instituto lançou a campanha do Novembro Azul, ano no qual a doença vitimou mais de 13 mil brasileiros.

Desde então, fomos nos aprimorando e tendo maior visibilidade em órgãos governamentais. Assim como na campanha do Outubro Rosa, de prevenção e conscientização do câncer de mama, o mês de novembro passou a simbolizar a conscientização contra o Câncer de Próstata, por isso, o Novembro Azul.

Apesar disso, dados do instituto Lado a Lado pela Vida apontam que 26% dos homens só procuram ajuda médica quando se sentem mal e 23% substituem a consulta por uma pesquisa na internet. Este quadro não é só preocupante para as demais doenças, mas principalmente para o câncer de próstata, cujos estágios iniciais tendem a não apresentar sintomas e a falta de acompanhamento médico pode dificultar o diagnóstico primário.

Qual o maior grupo de risco para o câncer de próstata?

O câncer de próstata é considerado uma das doenças que acomete, na maioria das vezes, homens na terceira idade. Logo no início é assintomático, o que torna o acompanhamento médico ainda mais importante, já que a chance de cura para a descoberta em fases iniciais é de 90-95%.

Algumas características que influenciam na incidência do câncer de próstata são:

  • Fatores genéticos, principalmente se você possui pai ou irmãos que apresentaram a doenças antes dos 60 anos;
  • O excesso de gordura corporal também pode aumentar o risco no desenvolvimento de cânceres avançados;
  • Exposição a produtos tóxicos como arsênio, hidrocarbonetos, aminas aromáticas e alguns derivados de petróleo.

Lembrando que a prevenção nem sempre é o suficiente, a identificação de fatores de risco e o acompanhamento são fundamentais. Atualmente, o IBCC estima que um a cada sete homens irá desenvolver a doença, que hoje corresponde a 30% dos cânceres que se desenvolvem nos homens.

Quais os exames de prevenção para o câncer de próstata?

Há um debate sobre o melhor momento de indicar o exame de câncer de próstata. Geralmente, deve-se discutir com o paciente mesmo que este não apresente sintomas. 

O acompanhamento pode começar entre os 45-50 anos, caso exista algum caso na família. Nos demais casos, os exames regulares são indicados a partir dos 55 anos, já que nove entre 10 homens diagnosticados têm idade superior a esta.

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Os exames necessários para a detecção do câncer de próstata são:

  • PSA: neste exame de sangue é medida a quantidade de proteínas produzidas pela próstata, mas isso não significa necessariamente um quadro de câncer, já que também podem ser tumores benignos;
  • Toque retal: ao introduzir o dedo no reto do paciente, é possível que o médico avalie o tamanho, textura e a forma da próstata.

Contudo, ainda existem preconceitos em relação ao exame de toque retal. Dados de uma pesquisa realizada pela revista Saúde e o instituto Lado a Lado pela Vida revelam que muitos homens ainda sentem-se desconfortáveis a realizar o exame de toque retal, que tem adesão muito menor que o PSA.

Dentre os pacientes com mais de 50 anos na rede privada:

  • 89% realizaram o PSA no último ano;
  • 65% realizaram o exame de toque retal no último ano.

Pacientes do SUS com mais de 50 anos:

  • 84% realizaram o exame de PSA no último ano;
  • 55% realizaram o exame de toque retal.

Incidência de câncer de próstata por regiões

Entre os anos de 2012 e 2013, logo após o lançamento da campanha, o número de homens diagnosticados com câncer de próstata era de 62,52 para cada 100 mil habitantes. Atualmente, entre os anos de 2018 e 2019, esse número subiu para 66,12 homens para cada 100 mil habitantes. Apesar da campanha massiva apoiada pelo Ministério da Saúde, os números continuam a crescer.

O maior ponto de atenção foi na região sul, onde os casos deram um salto de 68,36 para 96,85, isso para cada 100 mil habitantes. Logo em seguida vem o nordeste, que aumentou o número de casos em 13,09 para cada 100 mil habitantes.

A maior redução aconteceu no sudeste, seguido pelo centro-oeste e a região norte. O primeiro teve queda de 8,06, o segundo 7,9 e o terceiro uma pequena queda 0,31, todos com incidência para cada 100 mil habitantes.

Novembro Azul x Outubro Rosa

O aumento de casos não quer dizer que o Novembro Azul tenha sido um fracasso quando comparamos com o Outubro Rosa, porém ainda existem questões socioculturais que impedem uma melhora nesses números. Contudo, abordar o assunto de maneira direta e em diversos âmbitos sociais já é um grande passo.

De acordo com a pesquisa realizada pelo instituto Lado a Lado pela Vida e a Revista Saúde, 37% acreditam que o urologista é o principal profissional para auxiliar a saúde masculina, mas apenas 7% dos pacientes fazem consultas frequentes.

Mesmo após a campanha do Novembro Azul, 65% dos homens entrevistados afirmam não ter mudado sua rotina de visitas ao médico. Enquanto isso, 24% dizem estar mais atentos com a saúde, 8% fazem exames regularmente e 6% sequer conhecem a campanha.

Para aqueles que dependem do SUS, a desconfiança é ainda maior, sendo que, enquanto 43% consideram o sistema privado preparado para lidar com o diagnóstico, apenas 16% têm a mesma percepção do sistema público.

Apesar de promover maior conscientização do público masculino, reconhecidamente aquele que menos procura auxílio médico, a adesão ainda não tem sido tão grande quando comparada ao Outubro Rosa. Esbarrando em vários tabus e hábitos de pouco cuidado com a saúde, a campanha ainda não conseguiu alcançar o potencial que realmente pode ter.

Leia também: Varicocele e infertilidade masculina

Referências

[1] Estatística para Câncer de Próstata

[2] Câncer de próstata

[3] Instituto Lado a Lado pela Vida

[4] Câncer de próstata é a 2° maior causa de morte entre homens

[5] No Brasil, um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata

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Quem escreve

Nathalia Viana e Silva

Clínica médica - CRM-SP 166122 / RQE nº 67831

Com uma visão humanizada do tratamento do paciente, utilizando a interdisciplinaridade no tratamento do câncer, a Dra. Nathalia atua como assistente médica no Hospital Israelita Albert Einstein, mas também já passou por hospitais como o São Luiz e Santa Cruz.