As mulheres sabem que precisam estar sempre atentas à sua saúde íntima. Qualquer sintoma diferente pode indicar uma infecção, um fungo ou algum outro tipo de doença, como por exemplo a tricomoníase.

Causada por um protozoário, a tricomoníase pode ser transmitida pelo sexo desprotegido. Tem sintomas extremamente desconfortáveis e pode abrir portas para outras infecções.

Quer saber mais sobre essa doença, quais os seus sintomas e como tratar? Acompanhe.

Saiba mais: Saúde da mulher: a importância do cuidado preventivo

O que é tricomoníase?

Tricomoníase é uma IST, ou seja, uma infecção sexualmente transmissível. Ela é causada por um protozoário flagelado chamado Trichomonas vaginalis, que foi descrito pela primeira vez em 1836.

O protozoário possui quatro flagelos e uma membrana ondulante que facilitam a sua movimentação. Ele tem formato oval e sobrevive bem em um meio úmido que tenha pH maior ou igual a 5.

Ele é encontrado com mais frequência na vagina da mulher e no trato genital masculino. Quanto afeta a vulva e vagina, é chamada de tricomoníase vulvovaginal e quando afeta a uretra, tricomoníase urogenital. Esse último que acontece em 90% dos casos.

O reservatório do protozoário é o colo uterino, a vagina e a uretra. Muitas vezes, a tricomoníase é associada a outras IST, como a gonorreia, além de facilitar a transmissão do HIV.

A doença faz parte de uma lista de infecções que ocorrem na mulher chamadas de vulvovaginites. Nessa lista, a vaginose bacteriana e a candidíase fazem parte.

Além disso, é a IST não-viral mais comum em todo o mundo, sendo que cerca de 170 milhões de pessoas já foram acometidas.

Os principais sintomas da tricomoníase nas mulheres são:

  • Ardência ou dificuldade para urinar, chamada de disúria;
  • Cistite;
  • Dor durante as relações sexuais, chamada de dispareunia;
  • Dor abdominal e pélvica;
  • Lesões puntiformes em tom vermelho-morango;
  • Prurido genital (coceira);
  • Sangramento após relação sexual;
  • Secreção espumosa, amarelada, esverdeada ou acinzentada com mau cheiro que lembra peixe;
  • Secreção purulenta uretral;
  • Sensibilidade na vulva e períneo;
  • Uretrite;
  • No entanto, 25% a 50% das mulheres são assintomáticas, o que acaba sendo um facilitador para a transmissão. Em contrapartida, os sintomas podem piorar durante ou após a menstruação.

    Em homens, os sintomas podem ser os seguintes:

  • Ardência ao urinar ou ejacular;
  • Leve corrimento;
  • Irritação na parte interna no pênis.
  • A grande maioria dos homens é assintomático, cerca de 75%. Além disso a doença pode ser transitória, o que pode fazer com que persista por longos períodos e a transmissão aconteça mais facilmente.

    A incubação varia entre 4 e 28 dias após a exposição ao protozoário, sendo altamente infectante. O aparecimento de sintomas é frequentemente nos 6 dias após a infeção.

    Já a doença leva cerca de uma semana para ser eliminada do organismo, se o tratamento for feito da maneira adequada.

    Leia mais: Você sabe o que é saúde?

    Como é feito o diagnóstico de tricomoníase?

    Para diagnosticar a tricomoníase é preciso consultar com o médico ginecologista, urologista ou clínico geral.

    Dessa maneira são feitos os seguintes exames:

  • Exame físico: serve para visualizar a secreção anormal e solicitado exame complementar de cultura da secreção;
  • Exame microscópico: serve para identificar se há o parasita na secreção e também para diferenciar a tricomoníase e a vaginose bacteriana;
  • Testar para outras IST já que muitas vezes as infecções estão associadas.
  • Os exames microscópicos são normalmente:

  • Swab (coletado com uma haste com pontas de algodão) uretral ou exame de urina;
  • Teste de pH vaginal: sendo que o normal é de 3,8 a 4,2. Dessa forma, se estiver acima desse nível, considera-se que o meio vaginal está infectado;
  • Exame de cultura de microorganismos;
  • Exame de citologia.
  • Como prevenir a tricomoníase?

    Primeiramente, o uso de preservativos na relação sexual é a principal maneira de prevenir a doença, já que é uma infecção sexualmente transmissível. Tanto o preservativo masculino quanto o feminino são eficazes na prevenção.

    É importante também evitar relações com pessoas que você sabe que estão contaminadas e ainda não foram tratadas. Do mesmo modo, se você tem algum tipo de sintoma, evite ter relações até fazer os exames que comprovem que você não tem a doença.

    São raros os casos de contágio por objetos contaminados como vasos sanitários, por exemplo.

    No entanto, há relatos mais raros de outras maneiras de transmissão, como: roupas íntimas, roupas de cama, toalhas de banho úmidas contaminadas e por instrumentos ginecológicos.

    Quais as causas da tricomoníase?

    A causa é o protozoário que infecta principalmente o trato urogenital. Dessa forma, os fatores de risco para adquirir a doença são:

  • Histórico de outras infecções sexualmente transmitidas;
  • Imunidade diminuída por conta de algum outro tratamento;
  • Infecção prévia de tricomoníase;
  • Relações sexuais sem preservativo;
  • Ter muitos parceiros sexuais.
  • Durante o sexo, o protozoário se espalha de um órgão genital para o outro. Já outras partes do corpo, como mãos, boca e ânus, até podem ser infectadas porém não é comum acontecer.

    Saiba mais: Como funciona o plano de saúde familiar?

    Qual o tratamento para a tricomoníase?

    Somente um médico pode dizer qual o medicamento que você deve utilizar no seu caso, bem como a dosagem e a duração do tratamento. Você nunca deve se automedicar.

    Dessa forma, o tratamento é feito normalmente com antibióticos. Eles podem ser não apenas por via oral, como também em creme vaginal ou óvulo.

    Também pode ser feita de forma paliativa a higiene íntima genital com produtos que tenham um pH mais ácido para combater a alcalinização e para alívio dos sintomas, mas não é considerado um tratamento.

    Deve-se evitar o uso de absorventes internos e é recomendada abstinência sexual de 7 a 10 dias após o tratamento do casal.

    Além disso, deve-se evitar bebidas alcoólicas de 24 a 72 horas dependendo do medicamento utilizado pois pode causar náuseas e vômitos associados ao antibiótico.

    É importante que o tratamento seja feito pelo casal, mesmo que o parceiro não tenha os sintomas. E é importante lembrar que a presença da tricomoníase aumenta a chance de transmissão do HIV e pode causar infertilidade.

    Se os sintomas persistirem deve-se confirmar a adesão ou tolerância ao tratamento. Nunca interrompa o uso do medicamento antes de consultar seu médico.

    Complicações da tricomoníase

    Quando a tricomoníase não é tratada ou, ainda, é tratada de maneira inadequada pode haver reinfecção.

    Inclusive, 1 em cada 5 pessoas são infectadas novamente no prazo de 3 meses após o tratamento. Essa é a principal causa porque os parceiros devem ser tratados também.

    A doença também altera o ambiente vaginal, podendo favorecer outros tipos de infecções, como as causadas por bactérias. Essas podem causar infertilidade na mulher.

    Nas mulheres grávidas, pode causar:

  • Bebê com baixo peso ao nascer;
  • Parto prematuro;
  • Transmissão da infecção para o bebê enquanto ele passa pelo canal de nascimento.
  • Do mesmo modo, a infecção por tricomoníase raramente resulta em hospitalizações ou mortes.

    O que acontece se a tricomoníase não for tratada?

    Não é possível conviver com a tricomoníase, principalmente por conta do ardor, dor e do mau cheiro. Dessa maneira, precisa de tratamento assim que os sintomas aparecem.

    No entanto, se não for tratada pode ser a porta de entrada para diversas outras contaminações, principalmente pelo HIV.

    Ela também pode levar a quadros graves de infecção ginecológica, como as de trompas, as pélvicas e abscessos pélvicos, por exemplo, podendo levar a internação hospitalar.

    Além disso, mulheres com tricomoníase podem ter predisposição à Doença Inflamatória Pélvica, câncer de cérvix uterino e infertilidade.

    Homens também podem ter prostatites, problemas na bexiga e também podem se tornar inférteis.

    Leia mais: Quais são os principais exames ginecológicos?

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    Para manter sua saúde em dia é importante realizar com frequência seus exames de rotina, além das consultas médicas.

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    médica e paciente sorrindo e se olhando