O dia 4 de outubro é lembrado como Dia Mundial de Combate à Poliomielite. Em outras palavras, o enfrentamento a essa perigosa doença está marcado em uma data no calendário justamente para lembrar ainda mais à população da necessidade de prevenção. A poliomielite é também conhecida como paralisia infantil e, graças às ações de vacinação, está erradicada no Brasil há mais de 30 anos. No entanto, a informação também é uma das melhores formas de conscientização e prevenção.

A poliomielite é uma doença infectocontagiosa classificada como grave e que afeta o sistema nervoso. Ou seja, pode provocar paralisia permanente ou transitória dos membros inferiores nas crianças. Para você ter uma ideia da gravidade da pólio, não existe tratamento e a única forma de combate à doença é a vacinação, que está prevista na caderneta de vacinas obrigatórias do Sistema Único de Saúde (SUS) a todas as crianças.

A vacina contra a poliomielite protege contra três sorotipos do poliovírus 1, 2 e 3 e o Brasil tem sido um exemplo na imunização. No entanto, no cenário mundial, a doença ainda pode ser encontrada em países da África e da Ásia. Em 2013, por exemplo, houve mais de 400 notificações, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Tem interesse em conhecer mais sobre a poliomielite? Neste post, vamos detalhar os sintomas, o tratamento, as causas, as sequelas, o diagnóstico, entre outras informações relevantes sobre a paralisia infantil.

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Vacina é a única arma contra a poliomielite

Como falamos no início do post, a vacina é a única alternativa para combater a doença. Na verdade, para erradicá-la do mapa no Brasil. Em 1994, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) certificou o Brasil como área livre de circulação de poliovírus selvagem, assim como os demais países das Américas. 

Apesar do esforço das autoridades de saúde brasileiras na imunização, coberturas vacinais feitas de municípios de forma heterogênea podem ocasionar bolsões de população não-vacinada. Com isso, há perigo de reintrodução do vírus. Por essa razão, é extremamente importante que os pais ou responsáveis levem as crianças menores de cinco anos às unidades de saúde públicas ou postos de vacinação.

Por essa razão, todo ano é realizada uma Campanha Nacional de Vacinação contra a Polio, promovida pelo Ministério da Saúde. Em 2020, a previsão era imunizar cerca de 11 milhões de crianças entre 1 e 5 anos. A dose da vacina é oral (gotinha) e está disponível em mais de 40 mil postos no país, de acordo com dados do órgão federal. A meta em cada campanha é vacinar, no mínimo, 95% das crianças dentro do público-alvo. 

Já as crianças entre 2, 4 e 6 meses de idade devem imunizar-se com três doses da vacina injetável contra os três tipos de poliovírus, também disponível nos postos de saúde.

Rede privada oferece imunização

A vacina contra a poliomielite também pode ser encontrada na rede privada de saúde. Nesse caso, uma opção oferecida é a vacina hexavalente, que previne contra a pólio e também outras cinco doenças (hepatite B, coqueluche, tétano, difteria e doenças bacterianas pela Haemophilus influenzae tipo b). Esse tipo de vacina é injetável, aplicada aos 2, 4 e 6 meses de idade da criança.

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Quais os tipos, causas e transmissão da poliomielite?

O vírus da poliomielite pode não levar à paralisia infantil. Isso porque a doença tem dois tipos: a poliomielite paralítica e a poliomielite não-paralítica. Ou seja, é uma doença causada por um vírus, transmitido por meio da mucosa, catarro ou fezes de pessoas infectadas. Ao entrar no corpo humano, o poliovírus multiplica-se no trato intestinal, atinge o sangue e depois pode chegar ao cérebro.

É justamente aí que mora o perigo. Ao afetar o sistema nervoso, o vírus tem poder destrutivo em neurônios de função motora. Por essa razão, pode provocar a paralisia nos membros inferiores das crianças. Inclusive, a doença pode levar à óbito caso o vírus afetar os músculos respiratórios e de deglutição. 

A transmissão do poliovírus pode ser feita por meio da água e alimentos contaminados. Ou, ainda, pelo contato direto com infectados. Para você ter uma ideia, a doença pode ser transmitida pelo ar por pessoas que convivem com infectados. Ou ainda de forma oral por meio de gotículas expelidas ao falar, tossir ou espirrar.

Mesmo após semanas do contágio, a pessoa com a doença ainda pode transmiti-la. 

Os sintomas da poliomielite

A poliomielite é muito temida por conta da paralisia que pode causar nos infectados, principalmente, crianças. O período de incubação da doença é de dois a 30 dias. Por outro lado, a maior parte dos casos apresenta poucos sintomas visíveis. 

Para comparação, nos casos mais leves, os efeitos do poliovírus são parecidos com os de outras doenças virais como a gripe (febre e dor de garganta) ou infecções do aparelho digestivo, que causam náusea, vômito, dor, prisão de ventre, entre outros. Por volta de 1% dos pacientes infectados têm chance de desenvolver a paralisia infantil dos membros inferiores, com sequelas permanentes, nos casos mais graves.

De forma geral, a paralisia infantil ocorre apenas em um dos membros, com perda da força muscular e dos reflexos. No entanto, a sensibilidade ainda é mantida. 

No diagnóstico, os médicos reconhecem a doença em sintomas como dor e rigidez no pescoço, reflexos fora do normal e dificuldade para engolir e respirar. A confirmação da doença é realizada por meio de exame laboratorial em amostra de secreções da garganta.

As sequelas e o tratamento à pólio

Em suma, a poliomielite é assustadora por conta das chances de paralisia dos membros inferiores. No entanto, muitas outras sequelas estão atreladas aos casos mais graves da doença. Além disso, essas sequelas relacionadas com a infecção da medula e do cérebro são permanentes, sem cura definitiva. 

Abaixo listamos algumas das ocorrências mais observadas além da paralisia dos membros inferiores, nos casos mais agudos:

  • Pé torto e crescimento assimétrico das pernas;
  • Osteoporose e atrofia muscular;
  • Dificuldade para falar;
  • Hipersensibilidade ao toque;
  • O grande problema é que não há tratamento clínico para nenhuma delas. Para amenizar o quadro dos pacientes e conseguir melhor qualidade de vida, é comum atrelar tratamentos com fisioterapia e exercícios. O objetivo é fortalecer os membros afetados. Os médicos podem receitar também remédios para dores. 

    Fatores de risco da doença

    Resumidamente, a criança ou adulto que está sem a imunização pela vacina tem um maior risco de contrair a doença. No entanto, esse risco também é maior em localidades com ausência de saneamento básico, por exemplo, entre outros fatores de vulnerabilidade social. 

    A doença também pode ser mais facilmente transmissível por mulheres grávidas, idosos e pessoas com sistema imunológico debilitado. Entre eles, os portadores de HIV.

    Síndrome pós-pólio também causa problemas

    Pessoas que contraíram a poliomielite podem apresentar sintomas incapacitantes por conta da doença por muitos anos. A média, segundo dados oficiais, é de 35 anos. É a chamada síndrome pós-pólio. 

    Nesse sentido, podem ser detectadas:

  • Fraqueza muscular intensa e progressiva;
  • Dores nas articulações do corpo;
  • Dificuldade para respirar e engolir;
  • Intolerância ao frio;
  • Apnéia do sono;
  • Problemas de concentração e memória;
  • Depressão.
  • Poliomielite: vacinação é o melhor remédio

    Agora que você já conhece as principais informações sobre a poliomielite, que tal conferir como ter uma alimentação mais saudável?

    Acompanhe no Blog mais dicas e orientações para ter uma vida mais saudável e também as melhores opções de planos de saúde para cada perfil. 

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    médica e paciente se olhando e sorrindo

    Referências

    [1] Vacinar contra a Poliomielite

    [2] Dia Mundial de Combate à Poliomielite

    [3] Poliomielite: sintomas, tratamento e causas