A chamada Síndrome da Rubéola Congênita, ou apenas rubéola, é uma doença viral transmissível considerada grave principalmente se acometida por gestantes. Geralmente a enfermidade causa sintomas leves, tais como dor nas articulações e erupções na pele. No entanto, pode resultar em deficiências congênitas caso seja contraída durante a gravidez. A melhor forma de prevenção ainda é a vacinação.
Para você ter uma ideia, a rubéola pode provocar várias complicações para o feto. Entre elas, surdez e problemas de visão. Por conta da doença, a gestante também pode vir a abortar. Outros sintomas mais comuns da doença são inchaço nos linfonodos e manchas de cor rosa no céu da boca.
Devido à gravidade da doença, a rubéola foi eliminada do Brasil por meio da vacinação. Em 2015, o país recebeu o certificado de erradicação, por conta da efetividade da vacina tríplice viral, que também imuniza para sarampo e caxumba. A tríplice viral faz parte do Calendário Nacional de Vacinação desde 1992.
Entretanto, segundo dados do Ministério da Saúde, em 2006, 19 estados brasileiros tiveram surto da doença, com quase 7 mil casos. Isso acende o alerta para a necessidade da prevenção e do cuidado pela vacinação. Neste post, vamos dar mais detalhes sobre essa perigosa doença.
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O que é a rubéola?
A rubéola também é conhecida como “sarampo alemão” ou “3 dia”. É difundida pelo vírus do gênero Rubivirus, considerado altamente contagioso a outras pessoas. A transmissão da doença geralmente acontece pelas secreções do nariz de um paciente após tossir, ou apenas falar e respirar. O contato próximo com uma pessoa infectada também é o bastante para passar a doença.
Outro problema é que uma pessoa acometida por rubéola pode transmitir a doença muitos dias antes a uma semana após o aparecimento da erupção cutânea. Durante o surgimento das manchas na pele, a contaminação é intensificada. Além disso, uma criança infectada antes do parto transmite a rubéola durante muitos meses mesmo após o nascimento.
Para diagnosticar é necessário realizar exames de laboratório, oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Quem já teve a doença geralmente desenvolve imunidade ao vírus. Ou seja, não há chance de contrair novamente.
Apesar de ser uma infecção leve bastante comum na infância, a rubéola pode ser muito grave para bebês antes de nascer. Por exemplo, uma mulher infectada nas primeiras 16 semanas da gestação tem alto risco de passar a doença ao feto. Nesse caso, as consequências são aborto ou defeitos congênitos agudos à criança.
Quais os sintomas e tratamento da doença
O período de incubação da rubéola varia entre duas a três semanas. Os primeiros sintomas da rubéola iniciam entre 14 e 21 dias após contrair o vírus. É bastante comum, tanto em adultos como crianças, sentir um leve mal estar, além de irritação nos olhos e febre baixa. No entanto, nas crianças, geralmente ocorrem antes as erupções de pele, muito similares à do sarampo. Inicia no rosto e pescoço, espalhando-se em seguida pelo restante do corpo.
Com o avanço das erupções, a pele fica avermelhada, principalmente no rosto. No entanto, as manchas do céu da boca não causam dor. Com o passar dos dias, as manchas se juntam, entendendo-se até a garganta. O período das erupções na pele persiste de três a cinco dias.
Uma característica marcante da rubéola é que as pessoas não se sentem muito doentes. Apesar disso, é mais comum em adultos a febre, dor de cabeça e nas articulações. No entanto, há casos raros de infecção de ouvido e até infecção cerebral (encefalite). No último cenário, a doença pode levar à morte.
Não há um tratamento indicado para a rubéola, exceto a vacinação como forma preventiva, que voltaremos a falar mais a frente. É comum a recuperação sem tratamento por quem está infectado, ou apenas a medicação de paracetamol ou anti-inflamatórios, para aliviar febre e dor.
Como é feito o diagnóstico da rubéola?
Para os médicos, a rubéola pode ser identificada a partir do inchaço nos gânglios linfáticos da nuca e com as erupções e manchas na pele. No entanto, a partir de exames laboratoriais, é possível medir e confirmar os níveis de anticorpo contra o vírus presentes no sangue. Outra maneira é coletar amostras da garganta, urina ou nariz. O procedimento de diagnóstico é de extrema importância para grávidas, bebês recém-nascidos ou pacientes com encefalite.
Em outras palavras, a avaliação médica é fundamental. No caso de mulheres grávidas, outra forma de fazer o diagnóstico nos bebês é por meio do exame do líquido amniótico ou do sangue do feito. As gestantes devem fazer exames de sangue preventivos de forma rotineira para verificar a imunidade contra a rubéola.
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Vacina é o melhor caminho para a prevenção
Não há outra alternativa: somente a vacinação protege contra a rubéola. O último caso registrado de rubéola no Brasil foi em 2008. Além disso, em 2009 também foi confirmado um caso de Síndrome da Rubéola Congênita. Até então, apenas um caso importado foi registrado no país, em 2014, em um viajante.
A praticamente eliminação da doença do Brasil resulta da vacinação da população, por meio de campanhas específicas promovidas pelos órgãos competentes. Assim como a atitude consciente das pessoas em procurar uma unidade de saúde em busca da imunização. Segundo o Ministério da Saúde, dados parciais de 2018 apontam que a cobertura vacinal da primeira dose da vacina tríplice viral em crianças de um ano é de 84,01%. No entanto, a meta do órgão federal é 95% de cobertura.
Por essa razão, o Ministério da Saúde orienta as pessoas a procurarem os postos de saúde independente de campanhas de vacinação.
A primeira dose da vacina contra a doença é feita entre 12 e 15 meses da criança. Já a segunda é administrada entre os quatro e seis anos de idade. Para você ter uma ideia, essa vacina imuniza por 15 anos ou mais em 95% das pessoas. É conhecida como tríplice viral, pois previne também contra o sarampo e caxumba, e às vezes também contra catapora. Dessa maneira, não há uma vacina única contra rubéola.
Tetraviral também é opção
Outra alternativa que consta no Calendário Nacional de Vacinação contra a rubéola é a tetraviral. Nesse caso, o protocolo segue esses passos: crianças de 12 meses a 4 anos são imunizadas com uma dose da tríplice viral aos 12 meses e, aos 15 meses, recebem uma tetraviral.
Já indivíduos de 5 a 29 anos recebem duas doses de tríplice viral e pessoas de 30 a 49 anos são imunizadas com apenas uma dose, também da tríplice.
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Rubéola: priorizar sempre a vacinação
Referências
[2] Há riscos da rubéola voltar a circular no país?