A enxaqueca é um distúrbio incômodo, crônico e que afeta a qualidade de vida. Ela não é detectada em exames e não há uma causa específica, o que dificulta o seu tratamento. 

O que se sabe é que existem pessoas com predisposição genética para desenvolver essa doença e que existem fatores, que variam de pessoa para a pessoa, que desencadeiam crises. 

Se você pensa que enxaqueca é apenas uma dor de cabeça muito forte, saiba que ela é muito mais complexa que isso.  

Quem sofre deste mal pode ter problemas na vida social, pessoal e até mesmo profissional, já que crises podem deixar a pessoa indisposta em uma cama por dias. 

Saiba tudo sobre enxaqueca no texto a seguir.

O que é enxaqueca? 

Facilmente confundida com a dor de cabeça, a enxaqueca é um problema crônico, pois reaparece de forma recorrente. 

Ela acontece quando há um desequilíbrio químico do cérebro por causas desconhecidas. Hábitos de vida e alimentares são alguns dos fatores que podem contribuir para o distúrbio que causa dor de cabeça muito forte, que costuma ser acompanhada de outros sintomas, como vômito, enjoo, fotossensibilidade, tonturas, entre outros.

Apesar de ter sintomas fortes, a ponto de comprometer a qualidade de vida da pessoa, que pode ficar dias sem disposição para nada, esta doença não é detectada em exames. Por isso, ela é definida como um distúrbio invisível e incapacitante.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) essa é uma das doenças mais incapacitantes do mundo. Isso porque, durante uma crise, a pessoa não consegue fazer outra coisa senão ficar em uma cama, preferencialmente no escuro, e não tem disposição muitas vezes nem para comer ou conversar.

Qual a diferença entre enxaqueca e dor de cabeça?

Existem diversos tipos de dores de cabeça, mas a enxaqueca se diferencia por ter intensidade e durabilidade maior. Ela se manifesta por meio de crises, que podem durar de quatro até 72 horas. 

Essas crises surgem com certa frequência e, assim como chegam com muita intensidade, após alguns dias simplesmente somem. Mas podem retornar a qualquer momento e deixar a pessoa acamada por mais alguns dias.

Outra diferença da enxaqueca para a dor de cabeça é que ela costuma vir acompanhada de outros sintomas, como náusea, visão embaçada ou presença de pontos luminosos e manchas na vista. 

O que causa a enxaqueca?

Estudos mostram que as causas da enxaqueca geralmente estão vinculadas a alterações nos neurotransmissores, na genética, nos hormônios ou no peptídeo relacionado com o gene da calcitonina. 

Uma crise pode surgir sem nenhum motivo aparente ou ser desencadeada por um ou diversos fatores, como [1]:

  • Ciclo menstrual;
  • Fatores emocionais, como estresse, tristeza, preocupação;
  • Consumo de bebidas alcoólicas;
  • Alimentação ruim ou após o consumo de determinados tipos de alimentos, como frituras, excesso de cafeína, chocolate;
  • Noites mal dormidas;
  • Mudança de rotina;
  • Ficar muito tempo sem comer;
  • Falta de atividade física
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    Como ocorre a enxaqueca?

    A enxaqueca tem cinco fases [2], mas não necessariamente que a pessoa passe por todas elas:

  • Premonitória – sintomas apresentados algumas horas antes da dor forte na cabeça, como bocejos, dificuldade de concentração, fadiga e irritabilidade.
  • Aura – manifestações neurológicas visuais que também costumam anteceder a dor, como a visão de manchas, pontos de luz e pontos cegos.
  • Dor de cabeça – dor forte e latejante que pode durar dias.
  • Sintomas associados – náuseas e/ou vômitos, fotofobia e fonofobia;
  • Resolução – Sintomas semelhantes à primeira fase e com uma dor de cabeça contínua, mas mais fraca, que pode durar dois dias.
  • Onde dói a cabeça na enxaqueca?

    Não existe um ponto fixo de dor que caracterize a enxaqueca. Cada crise pode causar incômodo em uma região diferente da cabeça. Às vezes pode vir de um lado só, outras em toda a cabeça, algumas regiões incluem seios da face, região dos dentes e nuca. 

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    De que forma a enxaqueca prejudica a vida das pessoas?

    Diferente de uma doença comum que é diagnosticada e curada com medicação, a enxaqueca pode acometer pessoas com muita frequência e isso gera preconceito.

    A pesquisa My Migraine Voice, realizada pela Novartis e a European Migraine and Headache Alliance (EMHA) [3], um dos maiores estudos mundiais sobre a enxaqueca, mostra que a doença reduz a capacidade de trabalho pela metade. 

    Pessoas que sofrem com este mal, de acordo com a pesquisa, faltam, em média, uma semana por mês ao trabalho, o que faz com sejam mal-vistas no ambiente profissional e contribui para que percam o emprego. 

    Na vida pessoal, quem está em crise não consegue ir a festas ou eventos com amigos e tem irritabilidade com frequência, o que pode trazer problemas no convívio familiar. 

    Por isso, apesar de não se tratar de uma doença que, na maioria dos casos, não traz riscos mais sérios à saúde, compromete, e muito, a qualidade de vida das pessoas.

    Cerca de 15% dos brasileiros sofrem de enxaqueca 

    O estudo My Migraine Voice apontou que 15,8% dos brasileiros sofrem de enxaqueca. A doença acomete mais as mulheres (22%) dos que os homens (9%). 

    A incidência é maior em pessoas entre 30 e 50 anos de idade. A grande maioria, 75% dos casos, não é acompanhado de sintomas visuais ou sensitivos (aura). 

    Outra curiosidade do levantamento é que 80% das pessoas que disseram sofrer de enxaqueca têm ao menos uma pessoa na família com o mesmo problema.

    Quais os riscos da enxaqueca?

    Embora seja raro, a enxaqueca pode trazer complicações para a saúde quando:

  • Pessoa tem dores fortes de cabeça acompanhada de vômitos por horas seguidas, levando à desidratação;
  • Quando sintomas visuais e sensitivos permanecem por mas de 60 minutos e são seguidos por infarto;
  • Quando as crises se tornam quase diárias paciente pode desenvolver problemas como estresse, doenças psiquiátricas e abuso de analgésicos;
  • A enxaqueca com aura pode causar acidente vascular cerebral (AVC).
  • Existe tratamento para a enxaqueca?

    Os sintomas de enxaqueca costumam ser tratados com analgésicos para aliviar, principalmente, a dor de cabeça, ou remédios para enjoo. Quando a pessoa passa a ter crises com muita frequência pode acabar tomando muitos medicamentos que com o tempo acabam  não fazendo mais efeito.

    Não existe uma medicação que garanta a cura para a doença e que ela nunca mais vá aparecer. Mas estudos mostram que as crises costumam ser geradas por alguns fatores e gatilhos que variam entre as diferentes pessoas.

    Por isso, mudanças de hábitos e costumes para se driblar situações que desencadeiam as crises é uma das formas de tratamento. 

    Outra forma de evitar problemas maiores é estar atento aos sintomas iniciais e tomar medicação antes da fase de dor latejante.

    Dicas para prevenir a enxaqueca

    Como na maioria das doenças, a prevenção é o melhor remédio para enxaqueca. Veja algumas dicas de hábitos que podem contribuir para que as crises não apareçam:

  • Alimente-se bem;
  • Tenha um sono regular de, pelo menos, oito horas diárias;
  • Pratique atividade física;
  • Reduza consumo diário de cafeína; 
  • Procure atividades que o relaxem e aliviem o estresse;
  • Evite ficar muito tempo sem comer;
  • Evite alimentos que você já tenha reparado que possam desencadear crises; 
  • Reserve um tempo para atividades de lazer;
  • Quando procurar um médico?

    Se suas crises de enxaqueca estiverem se tornando muito frequentes, como mais de duas vezes por semana, procure ajuda de um neurologista. De preferência, busque um profissional especializado em cefaleias. 

    É importante que você não se automedique e tenha acompanhamento. Você também pode buscar ajuda em terapias alternativas, como meditação, yoga e acupuntura, e na práticas de atividades físicas que lhe façam bem para o corpo e para a mente.

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    médica e paciente sorrindo e se olhando

    [1] http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2207-enxaqueca

    [2] https://sbcefaleia.com.br/images/file%205.pdf

    [3] https://www.emhalliance.org/my-migraine-voice/