O sarampo é uma doença altamente contagiosa causada pelo vírus Measles morbillivirus. Ela se propaga facilmente pelas gotículas da saliva ao tossir, contato com a pele, ao se tocar em uma superfície contaminada e levar a mão à boca, entre outras.
Esse fácil contágio exige cuidado constante dos órgãos da saúde para que não se desenvolva um surto e se perca o controle dessa doença que pode ser grave, principalmente em crianças.
Embora o sarampo seja de fácil propagação, ele pode ser controlado facilmente por campanhas de vacinação.
No texto a seguir, você confere o que é essa doença, quais os sintomas, como se prevenir e as formas de tratamento. Fique por dentro!
O que é sarampo?
O sarampo é uma doença viral com sintomas agudos, como erupções na pele seguidas por descamação, febre e inflamação das mucosas do trato respiratório.
Ela é considerada grave pela Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) e Organização Mundial de Saúde (OMS), principalmente para as crianças menores de 5 anos ou pacientes imunocomprometidos.
Isso porque ela pode trazer complicações severas como cegueira, encefalite (infecção acompanhada de edema cerebral), diarréia grave (quadro que pode provocar desidratação), infecções respiratórias graves, como pneumonia, e levar o paciente à morte.
É uma doença que necessita de cuidados e tratamento urgente, assim que for constatada. De acordo com a OPAS, mais de 140 mil pessoas morrem no mundo à medida que os casos aumentam. Portanto, qualquer perda de controle sobre a doença, pode gerar crise sanitária e gerar surtos que podem devastar regiões pouco desenvolvidas.
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Quais são os sintomas do sarampo?
Após a infecção, o paciente pode levar em média de 7 a 14 dias para manifestar os sintomas. Entre eles estão:
Geralmente as manchas começam na face, espalhando-se pelo corpo até os pés. A partir disso, o paciente começa a ter febre, seguido de tosse, corrimento no nariz e irritação nos olhos, podendo evoluir para conjuntivite.
Para os casos mais graves, pacientes com imunidade fraca, o quadro pode evoluir para pneumonia severa, convulsões, desidratação e encefalite.
O sarampo pode deixar sequelas permanentes e até levar à morte. As complicações podem variar de acordo com a faixa etária.
De acordo com o Ministério da Saúde, elas podem ser as seguintes:
Como o sarampo é transmitido?
Resumidamente, o vírus do sarampo é transmitido via secreções. Quando espirramos ou falamos, costumamos expelir gotículas salivares, que podem entrar nas vias aéreas pelo ar ou ficar depositadas em superfícies, causando a infecção de quem tocar no local contaminado.
O aperto de mão pode ser uma entrada, pois as gotículas podem estar depositadas na palma e a pessoa que cumprimentou pode levar a mão à boca ou aos olhos sem notar e se contaminar.
Portanto, é de extrema importância lavar bem as mãos com frequência e ao espirrar ou tossir cobrir a boca com o antebraço.
Higienizar as mãos com álcool em gel 70%, principalmente após tocar em locais onde várias pessoas colocam a mão, como corrimão de escada em ambiente público, no ônibus ou metrô, por exemplo, também é uma forma de se proteger
Como prevenir e tratar o sarampo?
Embora o sarampo seja uma doença considerada grave, ela pode ser prevenida com uma medida bem simples que é a vacinação. Outra medida eficaz, conforme citado no tópico anterior, é a higienização correta das mãos, roupas ou tudo aquilo que pode ser um depósito para o vírus.
Hoje em dia, tanto a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), quanto a tetravalente estão disponíveis na rede pública de saúde e são obrigatórias. A tríplice viral deve ser feita em bebês com 12 meses de vida, sendo necessária reforçar aos 15 meses. Essa é uma vacina 100% segura, causa poucas reações adversas e também oferece alta proteção. Para saber mais sobre a vacinação, fique de olho no Calendário Nacional de Vacinação do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Não existe remédio específico para o sarampo. Por isso, o tratamento para esta doença envolve a administração de medicamentos para reduzir o desconforto provocado pela doença.
Isso reforça ainda mais a importância da vacinação, que é completamente eficaz e a melhor maneira de se proteger e proteger os seus filhos.
O sarampo já foi o maior responsável pela mortalidade infantil no mundo. De acordo com a OPAS, a vacinação mundial resultou em uma queda de 80% das mortes por essa doença no período entre 2000 e 2017. Estima-se que mais de 21,1 milhões de mortes no mundo foram evitadas no mesmo período.
Mesmo com a vacinação, ele ainda é uma das principais causas de mortes infantis no mundo, principalmente em países em desenvolvimento. Isso porque sua propagação está diretamente relacionada a medidas sanitárias eficientes e distribuição de imunizações entre a população, neste último quesito, aliás, o Brasil é destaque internacional.
Como está o controle do sarampo no Brasil?
Dados do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde de setembro de 2020 sobre a incidência do sarampo no Brasil mostram que, nas primeiras 36 semanas do ano, 7.929 casos da doença foram confirmados. [1]
Ao todo, 21 Estados apresentaram casos, sendo que cinco ainda estavam com circulação ativa do vírus no mês de setembro. O que mais preocupa é o Pará, que concentra 65,2% dos casos.
Os estados com mais casos de sarampo no Brasil até setembro de 2020 são: Pará, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Confira os números de casos confirmados em cada Estado:
Diante deste cenário, uma das ações tomadas pelas autoridades públicas para controlar a doença foi o lançamento de campanha de vacinação. O primeiro foi em fevereiro, quando os postos de saúde estiveram abertos para vacinar a população entre 5 e 19 anos. [2]
Também houve datas programadas nos meses de junho e agosto. Porém, por causa da gravidade sanitária prorrogada pela pandemia de Covid-19, o calendário foi prorrogado para garantir mais proteção à população, aos agentes e aos profissionais da saúde.
A Organização Pan-Americana de Saúde tem auxiliado os países da América Latina, facilitando a compra de vacinas seguras e de qualidade por meio de seu Fundo Rotatório. Esse fundo funciona como um mecanismo de compra internacional que oferta 46 tipos de vacinas pré-qualificadas pela Organização Mundial de Saúde.
Portanto, a vacinação passa a ser fundamental para prevenir a população contra o sarampo. Como essa é uma das doenças mais contagiosas e que está retornando, é estimado que uma pessoa possa infectar de 9 a 10 pessoas que estejam ao seu redor, caso essas pessoas não estejam vacinadas.
Conclusão
Sempre é importante ressaltar que a vacinação é fundamental para a prevenção de doenças como o sarampo.
Um dos problemas do ressurgimento desta doença no mundo foram campanhas antivacina. A comunidade médica acredita que elas ganharam força em 1998 após a publicação de um estudo de um médico britânico em uma conceituada revista científica, Lancet, questionando a eficácia da vacina tríplice viral.
Um tempo depois foi constatado que havia dados falsos no estudo e que o médico estaria envolvido com advogados que queriam lucrar em processos contra fabricantes de vacina. Mas isso teria desencadeado uma série de fake news que ainda se espalham nas redes sociais e ajudam a fomentar a desinformação.
[1] https://antigo.saude.gov.br/images/pdf/2020/September/24/Boletim-epidemiologico-SVS-38.pdf
[2] https://antigo.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/47593-sarampo-mobilizacao-nacional-de-vacinacao-para-pessoas-de-20-a-49-anos-vai-ate-30-de-outubro
