Uma doença pouco conhecida e que atinge uma pequena parte da população mas que pode causar grandes alterações na visão, é o ceratocone.

Segundo o site Tudo sobre ceratocone, essa alteração da córnea é uma doença ocular progressiva que acomete cerca de 0,05% da população de acordo com literatura especializada.

De causa ainda desconhecida, tem maior incidência na fase da puberdade e final da adolescência. Além disso, tem como sintomas a visão turva e sensibilidade à luz e claridade.

Quer saber mais sobre o ceratocone? Acompanhe!

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O que é ceratocone?

Também conhecido como queratocone, o ceratocone é uma doença não inflamatória que afeta a estrutura da córnea. Ela faz com que esse tecido transparente se curve para fora em forma de cone – daí sua denominação.

A saber, a córnea protege o globo ocular de poeira e substâncias nocivas, além de controlar a entrada de luminosidade que se projeta na retina.

Portanto, o ceratocone é uma doença genética rara, de caráter hereditário e evolução lenta, atingindo um indivíduo a cada dois mil, ainda segundo o site Tudo sobre ceratocone.

O ceratocone causa astigmatismo com irregularidade, que é uma alteração que distorce as imagens, limitando a eficiência das lentes esfero-cilíndricas de óculos.

É uma doença bilateral, ou seja, acomete ambos os olhos. No entanto, é muito comum que a doença atue de maneira diferente em cada um deles. Além disso, ela tem caráter progressivo. 

Seus primeiros sinais ocorrem na adolescência podendo evoluir na fase adulta e comprometer muito a visão.

Quais as causas?

Não há estudos que comprovem a causa exata do ceratocone, contudo novas pesquisas apontam para o enfraquecimento do tecido da córnea provocado por um desequilíbrio de enzimas na mesma.

Mas sempre é bom ficar atento para:

  • Condições alérgicas como rinite, asma ou dermatite;
  • Predisposição genética;
  • Superexposição aos raios ultravioleta do sol;
  • Ter Síndrome de Down ou Síndrome de Ehlers-Danlos;
  • Uso de lentes de contato que estejam mal ajustadas.
  • Quais os sintomas do ceratocone?

    Em casos específicos o ceratocone não apresenta sintomas. Em outros, eles podem variar de acordo com o grau.

    Os principais sintomas são:

  • Comprometimento da visão noturna;
  • Dificuldade para realizar atividades como ler e dirigir;
  • Sensibilidade à luz, a chamada fotofobia;
  • Surgimento ou aumento de problemas como miopia e astigmatismo
  • Visão desfocada, que pode variar conforme o agravamento da doença;
  • Visão dupla, ou diplopia.
  • Como fazer o diagnóstico?

    Para realizar o diagnóstico, é necessário buscar um médico oftalmologista para que o profissional possa realizar uma investigação do seu histórico clínico e familiar.

    O médico realiza avaliação dos seus olhos e da sua córnea. Além disso, ele pode solicitar uma série de exames para confirmar o ceratocone, tais como:

  • Ceratometria: esse exame serve para medir a curvatura da córnea;
  • Ceratoscopia corneana: é a topografia da córnea;
  • Paquimetria: é um exame que mede a espessura da córnea na área central;
  • Tomografia de córnea ou Pentacam: faz um exame mais detalhado da curvatura e da forma da córnea.
  • Qual o tratamento do ceratocone?

    O tratamento do ceratocone pode ser feito primeiramente com uso de óculos ou lentes de contato gelatinosas. Por causa da evolução da doença esse tratamento não é o mais eficaz e requer outras opções.

    Há outras opções de lentes de contato:

  • Esclerais e semi-esclerais: são lentes de contato permeáveis ao gás de diâmetro grande, dessa forma, sobrepõe o branco do olho, chamado de esclera;
  • Gelatinosas personalizadas: especialmente projetadas para corrigir o ceratocone leve a moderado;
  • Híbridas: essas lentes também são específicas para ceratocone. Elas têm um centro rígido permeável com uma borda gelatinosa;
  • Permeáveis a gás (GP): essa geralmente utilizam-se em casos onde não é possível o uso de óculos ou de lentes de contato gelatinosas. Esse tipo de lente salta sobre a córnea deixando o superfície refratária suave e uniforme, o que gera visão;
  • Piggyback: é uma associação de dois tipos de lente em um sistema conhecido como sistema a cavaleiro. Isso faz com que o usuário tenha mais conforto;
  • Protéticas: são lentes esclerais com design avançado que funcionam como uma concha protética. A tecnologia utilizada permite que a traseira da lente corresponda exatamente com a irregularidade do olho com ceratocone;
  • Semirrígidas ou rígidas: corrigem a irregularidade da córnea.
  • Para os casos mais avançados o tratamento é cirúrgico.

    As intervenções cirúrgicas existentes são:

  • Ceratoplastia: essa cirurgia é guiada por topografia, que fornece por ondas de rádio, pontos específicos na periferia da córnea. O procedimento remodela a superfície frontal e reduz o astigmatismo irregular causado pelo ceratocone;
  • Crosslinking: raspagem da superfície córnea para posteriormente aplicação de colírio à base de vitamina. Posteriormente, um feixe de luz ultravioleta é inserido para fortalecer as fibras de colágeno que sustentam a córnea, reduzindo a curvatura;
  • Implante de Anel Intracorneano (Anel de Ferrara): pequeno anel que é implantado no interior da córnea, em uma camada chamada estroma. Dessa forma, auxilia a regular sua curvatura. Esse procedimento é rápido, indolor e com anestesia local;
  • Implante de Lente Intraocular (LIO): é introduzida uma prótese no olho. É feita com anestesia local e dilatação de pupila, com um corte na lateral da córnea para a introdução da lente que fixa na íris do olho;
  • Instacs (Addition Technology): esse procedimento remodela a superfície frontal do olho com uma inserção corneana em forma de arco. São implantes removíveis e intercambiáveis. É um procedimento de cerca de 10 minutos;
  • Reticulação da córnea: também conhecido como reticulação do colágeno corneano ou CXL, esse procedimento fortalece o tecido da córnea para poder interromper o abaulamento da superfície do olho no ceratocone.
  • Transplante de córnea: também chamado de ceratoplastia penetrante e utiliza-se em casos de ceratocone avançado.
  • Quando se realiza o transplante de córnea, ainda é possível que o paciente precise usar óculos ou lente de contato para uma visão adequada até que haja completa estabilização do procedimento.

    Do mesmo modo, há o risco de infecção e rejeição do enxerto após a cirurgia. Por isso, utiliza-se esse tratamento quando nenhuma das outras alternativas derem resultado.

    Ceratocone é grave? Pode cegar?

    Caso o ceratocone não seja diagnosticado e tratado nas fases iniciais da doença o quadro pode evoluir para um caso grave. Consequentemente, ele pode dificultar atividades rotineiras de ler e escrever, por exemplo.

    Por ser uma doença que não afeta o nervo óptico dificilmente causa a cegueira propriamente dita. Por isso o acompanhamento e tratamento diminui muito a progressão da doença e impede a perda da visão.

    O ceratocone pode sim evoluir e gerar complicações mais graves.

    Por exemplo, temos o chamado Sinal de Munson, que é quando a pálpebra inferior do olho recua quando a pessoa olha para baixo, e a hidropsia corneana, que gera uma perda aguda da visão.

    Ceratocone tem cura?

    O ceratocone não tem um cura definitiva da doença, mas se diagnosticada de maneira precoce é possível controlar sua evolução.

    Pois quando em fase avançada, a córnea se dilui ficando cada vez mais irregular, chegando ao ponto de necessitar da intervenção cirúrgica.

    Portanto, a qualquer sinal de irregularidade na sua visão busque um especialista para seu diagnóstico e tratamento mais adequado para seu caso.

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