Crianças são curiosas e imprevisíveis, basta um minuto de desatenção que elas escapam da nossa vista. Sendo assim, é preciso proteger e adaptar a casa para que acidentes não ocorram.
Pensando nisso, criamos um conteúdo com todas as informações para evitar e saber como socorrer as crianças em casos de acidentes domésticos, confira:
Quais são os acidentes domésticos mais comuns com crianças?
Os acidentes domésticos mais comuns com crianças de 0 a 14 anos são:
- Acidentes de trânsito;
- Afogamento;
- Sufocamento;
- Intoxicações;
- Queimaduras;
- Acidentes com armas de fogo;
- Quedas.
Segundo a organização Criança Segura, as maiores causas de óbitos com crianças são causadas por sufocamento ou afogamento. Enquanto isso, a maior causa de hospitalizações é devido a quedas, principalmente para faixa etária entre 10 e 14 anos.
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O que fazer em casos de acidentes de trânsito com crianças?
Nestas situações, não mova a criança do local onde ocorreu o acidente, isso pode piorar a situação. O melhor a se fazer é ligar imediatamente para uma ambulância para removê-la diretamente para um hospital.
Segundo instituição Criança Segura, foram reportadas 11.037 internações infantis em 2017, resultantes de acidentes de trânsito, sendo que 1.190 vieram a óbito. A maioria dos casos envolviam crianças com uma faixa etária entre 10 e 14 anos, o que representa 41,4% dos acidentes.
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Como evitar acidentes de trânsito com crianças?
Para evitar situações como estas, é essencial segurar a mão das crianças enquanto estiverem na rua. Além disso, mantenha a porta de casa sempre trancada e deixe as chaves em um local fora de alcance. Também não esqueça de usar o cinto de segurança e as cadeirinhas apropriadas para cada idade.
O que fazer em casos de afogamento com crianças?
Em casos de afogamento em praias, a melhor opção é sinalizar a situação para os salva-vidas do local, já que a situação também pode representar um risco para você. Em caso de afogamentos em piscinas, se não houver risco, resgate a criança, faça os primeiros socorros na borda, mas não se esqueça de acionar o serviço de emergência.
Para socorrer a criança, coloque-a com a cabeça e o tronco em uma mesma linha horizontal, cheque as vias áreas mas não tente retirar a água que foi aspirada, já que isso pode afetar a ventilação e oxigenação. Se não tiver resposta verbal ou de movimento, tente a respiração boca a boca ou a reanimação cardiorrespiratória.
No entanto, lembre-se, estes são apenas procedimentos emergenciais. Em situações de afogamento, é preciso chamar o serviço de emergência o mais rápido possível, já que profissionais conseguem fazer um manejo mais eficiente da situação.
Em 2017, foram registrados 954 óbitos infantis devido a acidentes envolvendo afogamentos, sendo que 211 crianças foram internadas pelo mesmo motivo no período. Percebe-se que este tipo de ocorrência é mais comum em crianças na faixa etária entre 1 a 4 anos de idade, representando 46% dos episódios.
Como evitar acidentes com afogamentos de crianças?
Além da constante supervisão, se você tem piscina em casa, é importante cercar com grades de no mínimo 1,5m e deixar os portões trancados com cadeados. Não se esqueça também de esvaziar baldes, bacias e manter reservatórios de água sempre fechados. Não deixe de orientar as crianças a não nadarem sozinhas e respeitarem placas de aviso nas praias.
O que fazer em caso de sufocamento em crianças?
Em casos de sufocamento, peça para a criança tossir e tentar expelir o conteúdo naturalmente. Se não tiver efeito, posicione-se atrás da criança e pressione uma das mãos fechadas na boca do estômago até que o objeto seja colocado para fora.
Se for um caso de sufocamento de bebê, posicione-o em cima do seu braço, com a barriga para baixo, e faça compressões no meio das costas. Depois vire-o com a barriga para cima e faça cinco compressões no peito e, se conseguir visualizar o objeto, retire-o manualmente.
A situação em bebês é ainda mais perigosa, pois não conseguem expelir sozinhos o que causou o engasgo. De qualquer maneira, não se esqueça de acionar o serviço de emergência o mais rápido possível.
Um problema bastante recorrente, especialmente com crianças pequenas, são acidentes causados por sufocamento, tendo sido reportados 477 hospitalizações e 777 óbitos. A faixa etária com maior número de ocorrências são crianças com menos de um ano, representando 74,7% das situações de emergência.
Como evitar engasgo de crianças?
Para evitar situações de sufocamento, evite deixar sacos plásticos ao alcance, além de tomar cuidado com almofadas no berço de crianças menores. Fique atento também em casos de engasgo, seja com alimentos ou outros objetos.
O que fazer em casos de intoxicação em crianças?
Crianças são curiosas e muitas vezes acabam mexendo ou ingerindo substâncias perigosas que podem causar sérios danos à saúde. Foram reportados por 3.506 internações devido a intoxicação em 2017 e 79 óbitos.
A faixa etária mais comum é entre 1 e 4 anos, representando 37,5% dos casos de hospitalizações. Alguns produtos presentes em nossa casa e que merecem atenção são:
- Detergentes;
- Bebidas alcoólicas;
- Perfumes;
- Pilhas;
- Desodorizantes;
- Inseticidas.
Intoxicação por plantas tóxicas
É comum que as residências brasileiras tenham jardins e canteiros, sendo que os pais podem não saber que alguma das plantas cultivadas são tóxicas. Dentre as ocorrências de intoxicação, 60% ocorrem com crianças de idade inferior a nove anos, sendo que a maioria é acidental. Algumas plantas tóxicas para crianças que devem ser evitadas são:
- Comigo ninguém pode;
- Copo de leite;
- Tinhorão;
- Aroeira;
- Coroa de cristo;
- Saia branca;
- Pinhão roxo.
Se uma planta tóxica foi ingerida, retire com cuidado o que sobrou e enxague a boca da criança com água corrente. Em seguida, leve-a para o centro de controle de intoxicação mais próximo da sua casa ou para o hospital, sem se esquecer também de levar uma folha da planta para que os profissionais possam identificá-la.
Intoxicação causada por materiais de limpeza
Materiais líquidos e coloridos geralmente chamam a atenção das crianças, o que inclui materiais de limpezas. Sendo assim, é preciso guardá-los em locais fora do alcance dos pequenos ou trancados em armários, como é o caso de venenos ou materiais abrasivos.
Muitos também acreditam que limpar a casa com álcool promove uma higienização mais efetiva, porém não é verdade e ainda pode causar sérios acidentes. Por ser um produto altamente inflamável, o manuseio próximo de crianças pode causar sérias queimaduras.
- Contato com a pele: lave o local com água corrente e, se o contato for nos olhos, além de lavar, cubra com um pano limpo. Após esse primeiro atendimento, leve a criança para o hospital.
- Ingestão: não tente induzir o vômito ou fazer com que a criança beba água ou outros líquidos. A melhor opção é levá-la direto para o hospital.
- Inalação: leve a criança para um local arejado e, em seguida, para hospital.
Intoxicação causada por medicamentos
É preciso sempre manter os medicamentos fora do alcance das crianças, seja em locais altos ou trancados. Além disso, leia atentamente a bula antes de ministrar para o seu filho, a fim de evitar doses em excesso.
Também tenha atenção à validade das medicações, nunca permitindo que as crianças façam a ingestão de algo que já está vencido. Evite se referir às medicações como “balinhas”, pois essa associação pode aumentar a curiosidade e vontade das crianças em consumi-los.
De acordo com a Secretária de Estado de Saúde, dentre os diferentes tipos de intoxicação, a medicamentosa é a mais comum em crianças menores de 14 anos, sendo que em 2016 foram reportados 1.661 ocorrências.
Em casos de envenenamentos por medicamentos, a melhor recomendação é procurar atendimento médico, principalmente se a criança apresenta sinais como sonolência, enjoos, lesões na pele e mudanças na temperatura. Tente também identificar qual foi o medicamento ingerido, pois isso pode facilitar a abordagem médica.
O que fazer em casos de queimaduras em crianças?
Acidentes com queimaduras em crianças causaram 20.605 hospitalizações e uma quantidade de 217 óbitos. A faixa etária mais vulnerável são crianças entre 10 e 14 anos, com 33% dos casos, porém a mortalidade é maior em idades entre 1 e 4 anos.
Queimaduras podem ter naturezas diferentes além do fogo, como queimaduras químicas, com vapor ou eletricidade. Sendo assim, cada uma delas exige uma abordagem de primeiros socorros diferentes.
De qualquer forma, sempre deixe objetos inflamáveis fora do alcance das crianças e vede bem as tomadas da sua casa para evitar que elas coloquem as mãos. Além disso, tenha atenção à substâncias quentes como o óleo de cozinha, deixando o cabo das panelas sempre virados para dentro.
Queimaduras causadas por objetos ou líquidos quentes
Primeiramente, tire de cima da área que foi queimada qualquer tecido, joias ou outros objetos e lave com água corrente em temperatura ambiente, não use água gelada ou passe gelo. Se precisar ir para o hospital, faça uma compressa úmida sem pressionar.
Além disso, se houver formação de bolhas, nunca as estoure e procure um posto de atendimento. Evite também passar produtos como clara de ovo, manteiga e outras substâncias caseiras que, além de não ajudar, podem agravar a lesão.
Queimaduras nos olhos
Lave o local com soro fisiológico e cubra com uma gaze limpa e úmida. Após isso, procure assistência médica o mais rápido possível.
Queimaduras elétricas
Para a sua própria segurança, nunca toque na vítima que foi afetada por uma corrente elétrica antes de verificar que a mesma esteja desligada. Não faça nenhum procedimento, apenas leva a criança imediatamente para o hospital.
Queimaduras químicas
Em casos de queimaduras químicas, retire as roupas que cobrem o local e lave com água corrente por cerca de 20 minutos. Não é recomendado aplicar nenhuma substância além da água, como pomadas, por exemplo. Aplicados os primeiros socorros, procure o posto de emergência mais próximo.
Como socorrer crianças vítimas de acidentes com armas de fogo?
Segundo dados do Ministério da Saúde, 39 crianças vieram a óbito devido a acidentes com armas de fogo na própria residência, com maior incidência na faixa etária entre 10 e 14 anos. Além disso, foram contabilizadas 118 internações, sendo que a maior incidência é na mesma faixa etária citada anteriormente.
A melhor medida preventiva é não ter armas em casa, ainda mais se você mora com crianças, mas se este equipamento é necessário, tome todas as medidas de segurança possíveis para evitar acidentes. Sempre guarde fora do alcance das crianças, descarregada e com a munição trancada em outro local.
Ensine que armas são equipamentos perigosos com os quais não se deve mexer e, se virem outra criança manuseando, os pais devem ser avisados imediatamente. Em situações de acidentes, o melhor é ir imediatamente ao hospital.
O que fazer se uma criança cair?
A melhor opção é sempre ligar para o serviço de emergência, mas neste meio tempo existem algumas medidas que você pode tomar. Primeiramente, oriente a criança a não se mexer ou que qualquer outra pessoa mexa nela. Se ocorreu algum ferimento, cubra com um pano limpo para evitar infecções e fraturas podem ser imobilizadas com talas.
Se a criança bateu a cabeça, leve-a ao hospital se apresentar sinais como vômito, desorientação ou perda de memória. Caso pareça bem, passe apenas gelo no local e observe-a nas primeiras quatro horas em que estiver dormindo, acordando a cada uma hora para checar se está tudo bem.
As quedas são um dos acidentes mais comuns que podem ocorrer com crianças dentro de casa sendo que, apenas no ano de 2017, 51.374 crianças foram hospitalizadas por este motivo. Apesar de ser comum, não se deve minimizar os danos, já que 181 crianças vieram a óbito por este motivo, principalmente aquelas na faixa etária entre 1 a 4 anos.
Como evitar quedas com crianças?
Para prevenir, certifique-se de que todas as janelas permanecem fechadas ou têm grades de proteção. Proteja também o topo das escadas e evite deixar objetos espalhados pelo chão no qual elas possam tropeçar. Além disso, não as deixe sozinhas em locais como lajes, sacadas e escadas.
Outros acidentes
Mesmo não entrando nas estatísticas oficiais, existem outros acidentes aos quais os seus filhos podem estar suscetíveis dentro da sua própria residência.
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O que fazer em casos de cortes em crianças?
A melhor maneira de prevenção é sempre deixar objetos cortantes fora do alcance das crianças, mas se um acidente ocorrer, lave o ferimento apenas com água e sabão. Se tiver sangramento intenso, apenas pressione com um pano limpo por três minutos.
Se o sangramento não está sendo estancado ou que o ferimento é muito profundo, procure imediatamente o serviço de emergência, pois uma sutura pode ser necessária.
O que fazer em caso de mordida de animais em crianças?
Se a mordida veio de animais domésticos, certifique-se de que as vacinas de raiva do animal estão em dia, mas se não tiver certeza, o ideal é que haja observação por 10 dias. Com relação à criança, lave o ferimento com água e sabão e vá imediatamente para o médico.
Se for um animal peçonhento, é importante hidratar a vítima e manter o local da picada elevado, sem fazer nenhum corte ou torniquete. Fora isso, não há mais o que ser feito em casa, sendo que a melhor recomendação é levar a criança diretamente para o hospital.
Telefones úteis em casos de acidentes domésticos
Muitas vezes é difícil manter a calma quando vemos uma criança em situação de risco, por isso, estes são alguns telefones que podem te ajudar neste momento.
- Ambulância - 192
- Pronto-socorro - 192
- Polícia militar - 190
- Polícia civil - 147
- Defesa civil - 199
- Corpo de bombeiros - 193
- Vigilância sanitária - 150
- Instituto pró-queimados - 0800 707 7575
- Centro de controle de envenenamentos - 0800 41 0148
Por mais que você mantenha a casa segura para os seus filhos, acidentes ainda podem acontecer. Neste momento, é preciso manter a calma e lembrar-se de quais procedimentos de primeiros socorros podem ser feitos naquele momento. Contudo, lembre-se que a primeira medida deve ser sempre procurar assistência médica.
Referências
[1] Cartilha de acidentes domésticos infantis
[2] Como prevenir acidentes com armas de fogo
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Quem escreve
Técnica de enfermagem - COREN-SP 1134575
Atualmente, compõe a equipe do renomado Hospital Samaritano, localizado na cidade de São Paulo e reconhecido pelo cuidado humanizado e de alta qualidade. Além da atuação na clínica médica e cirúrgica, Verônica também desenvolve funções relacionadas à assistência de pacientes da ala neurológica e cardíaca.