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Saúde & Bem Estar

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Autismo: como conviver com o diagnóstico?

Carolina Quedas

Por Carolina Quedas

Fisioterapeuta - CREFITO-SP 282436-F

Muitos pais buscam uma resposta para saber se existe uma idade exata para seus filhos começarem a falar, andar, comer e interagir com o ambiente ao redor. Quando lidamos com crianças, muitos são os questionamentos. Entre tantas questões, existem também as comparações entre cada criança.

O fato é que cada criança tem seu próprio tempo para desenvolvimento e nada pode ser determinado como fixo neste campo. Apesar disso, é importante estar atento a sinais que podem indicar dificuldades desenvolvimento, como o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

O que é autismo?

O Transtorno do Espectro Autista é um distúrbio do neurodesenvolvimento presente desde a infância e que acomete a comunicação social e comportamento causando padrões repetitivos e restritivos de interesse. 

Estima-se que uma em cada 160 crianças possuem o Transtorno do Espectro Autista e é conhecido que os os níveis intelectuais em pessoas com o espectro autista podem variar.  Por isso, é de extrema importância o diagnóstico preciso e o acompanhamento de profissionais.

Com quantos anos é possível identificar as características do autismo?

As características do espectro autista começam na infância e seguem durante a adolescência e vida adulta. Em alguns casos, é possível identificar as características a partir de 1 ou 2 anos de idade. No entanto, quanto mais cedo o diagnóstico for feito, melhor será a qualidade de vida do paciente e familiares.

Quais são os sintomas de autismo?

Primeiramente, devemos salientar que nenhum autista é igual ao outro, pois existe uma imensidão de características, tipos e gravidades. Por isso, uma avaliação precisa e multidisciplinar é indispensável.

Normalmente, pessoas com Transtorno do Espectro Autista podem apresentar:

  • Isolamento social, que pode ser de uma maneira mais leve ou mais significativa;
  • Hipersensibilidade auditiva;
  • Seletividade alimentar;
  • Não gostam de toques e não olham nos olhos;
  • Podem ter estereotipias, como ficar se balançando ou fazer batidas nas orelhas.

No entanto, nem todos que estão no espectro possuem todas as características. Por isso, uma avaliação multidisciplinar é importantíssima.

Por que ocorre o autismo?

Até o momento, não existe um motivo específico. As causas relatadas pela ciência são multifatoriais e estudos apontam ser uma mistura de genética com fatores ambientais.

No entanto, é de suma importância salientar que não há nenhuma evidência que comprove que o espectro do autismo tem alguma relação com vacinas contra sarampo, caxumba e rubéola ou qualquer outra vacina infantil. Estudos anteriores que apontaram essa correlação estavam marcados por erros metodológicos e não devem ser levados em consideração.

É bastante importante que o calendário nacional de vacinação seja seguido desde o nascimento para garantir proteção individual da criança e também a erradicação de doenças.

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Quais são os espectros de autismo?

O autismo é conhecido como espectro, pois possui diversos tipos de variação e sintomas em cada paciente. Portanto, os tipos de autismo são muitos e temos desde o autista que não interage e que não fala até aquele que descreve e fala todas as palavras de um livro, ou faz contas absurdas ou desenha quadros maravilhosos.

Não tem um modelo, cada autista é único. Todos em sua especificidade e suas características leves, moderadas ou severas em vários contextos. Uns podem necessitar de muito apoio em algumas áreas, como na comunicação; outros, na interação. Cada caso precisa ser tratado individualmente.

Qual especialista procurar para tratar o autismo?

Quem assina o diagnóstico final é o neuropediatra, mas é recomendado que ele não seja feito por apenas um profissional e, sim, por uma equipe multidisciplinar. Dessa forma, um bom diagnóstico deve ser feito por áreas como fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional, fisioterapeuta, profissional de educação física, entre outros. 

Da mesma forma, estes são os profissionais recomendados, em conjunto, a tratarem o TEA, buscando a melhor qualidade de vida para o paciente e familiares.

Quais são as dificuldades enfrentadas por autistas?

Embora não exista uma maneira única dentro do espectro, tudo depende do nível de autismo e se teve acompanhamentos. Mesmo compartilhando muitas dificuldades com outras pessoas dentro do espectro, ser autista possui suas próprias limitações e dificuldades.

Não dá para prever quais serão as dificuldades do paciente por ser um mundo complexo, mas sabemos por estudos que para qualquer pessoa com deficiência, criar estímulos desde a infância pode minimizar o déficit.

A fisioterapia pode ajudar um paciente com autismo?

A fisioterapia tem seu papel importante na intervenção motora, 50% de crianças com autismo apresentam diminuição do tônus muscular que pode acarretar ao longo da vida em desvios posturais, problemas respiratórios e encurtamentos musculares.

A força muscular pode também estar em déficit, como também as habilidades motoras básicas que, em 83% dos casos de crianças autistas, apresentam déficits em atividades de destreza manual, equilíbrio e habilidades com bola. Neste cenário, o fisioterapeuta deve realizar uma avaliação minuciosa e começar a intervir nesses fatores.

Quais outros tratamentos são indicados para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com autismo?

Para a melhora da qualidade de vida é preciso proporcionar à criança todos os estímulos necessários para minimizar os déficits. Assim, é necessária a presença e participação de um psicólogo, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e professor de educação física. 

Quanto mais cedo a TEA for diagnosticada, mais satisfatório é o tratamento e qualidade de vida do paciente. Além disso, é necessário que toda a família também passe por acompanhamento psicológico para poder auxiliar no desenvolvimento do paciente e estar preparado para as mudanças decorrentes do transtorno.

Referências

[1] Folha informativa - Transtorno do espectro autista

[2] O que é autismo

[3] What is autism spectrum disorder

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Quem escreve

Carolina Quedas

Fisioterapeuta - CREFITO-SP 282436-F

Dra. Carolina Quedas é graduada em Fisioterapia e Educação Física pela Uninove. Além disso, possui Doutorado e Mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.