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Diabetes infantil: quais os impactos para a criança?

Camila D’Almeida Magnani Silva

Por Camila D’Almeida Magnani Silva

Pediatra e Endocrinologista pediátrica - CRM-SP 153258 / RQE nº 524961

Descobrir que um filho se tornou diabético é uma situação muito difícil e delicada, mas saber que existe tratamento adequado e profissionais qualificados para controlar esta doença fazem toda a diferença. O Diabetes Melito é uma das doenças metabólicas mais comuns no mundo, sendo que a cada ano mais e mais pessoas vem sendo diagnosticadas.

Segundo dados da International Diabetes Federationestima-se que 463 milhões de adultos convivem com a doença no mundo e que em 2045 esse número vai aumentar para 700 milhões. No Brasil, cerca de 100 mil crianças e adolescentes possuem o diabetes tipo 1, o que torna importante lembrar que o diabetes pode ocorrer em qualquer época da vida.

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O que é diabetes infantil?

Diabetes é uma doença que ocorre quando o pâncreas não consegue mais produzir insulina (tipo 1) ou quando o corpo não consegue fazer bom uso da insulina que produz (tipo 2).  A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas para controlar o nível de açúcar no sangue, ao permitir a entrada da glicose nas células para produção de energia.

Na infância, cerca de 90% dos casos são de Diabetes Melito tipo 1, que é uma doença autoimune em que o corpo reconhece o pâncreas como “inimigo”, atacando-o e causando uma interrupção na produção de insulina. Sendo assim, o organismo é levado a um estado de total descontrole no nível do açúcar do sangue. 

Infelizmente temos percebido um aumento importante do número de crianças com Diabetes tipo 2, que é similar à maioria dos adultos. O aumento da glicemia ocorre devido a uma ação reduzida da insulina no corpo ou resistência ao seu funcionamento, o que implica no aumento do número de casos de obesidade na infância.

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Quais são os sintomas do diabetes?

Os sintomas do diabetes tipo 1 são mais intensos e exigem um diagnóstico mais rápido, dentre eles estão:

  • Perda rápida de peso;
  • Muita sede; 
  • Fome excessiva; 
  • Maior volume de urina; 
  • Fadiga;
  • Irritabilidade ou alteração no comportamento; 
  • Respiração com odor de maçã; 
  • Visão borrada;
  •  Infecção genital por fungos.

Os mesmos sintomas ocorrem no diabetes tipo 2 de forma mais lenta e silenciosa. Geralmente, o diagnóstico é feito após uma medida de glicemia de jejum alterada em exame de rotina ou em uma medida ocasional no glicosímetro de algum parente próximo.

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Quais são as principais causas do diabetes infantil?

Para diabetes tipo 1, ainda não existe uma única causa definida, sabe-se que há uma predisposição genética e influência ambiental. Ou seja, em algum momento da vida, um gatilho ambiental, geralmente infecções virais, podem dar o pontapé para manifestar os primeiros sintomas do diabetes.

Já o diabetes tipo 2, é causado pelo excesso de peso da criança ou adolescente. Por sobrecarregar o corpo, causa um estado inicial de resistência à insulina e, posteriormente, glicose elevada.

Como é feito o diagnóstico?

O diabetes pode ser diagnosticado através da medida de glicemia ao acaso ou através de exame laboratorial de rotina em jejum. No primeiro caso, deve-se ficar atento a resultados acima 200mg/dL com sintomas sugestivos. Já no segundo, se a glicemia ficar acima de 126mg/dl. 

No teste de tolerância oral com glicose, quando a glicemia após duas horas estiver maior que 140mg/dL pode ser um indicativo de diabetes. Outros exames laboratoriais podem nos ajudar a definir os tipos de diabetes são:

  • Dosagem de peptídeo C;
  • Insulina;
  • Anticorpos anti-GAD;
  • Anti-ilhota pancreática;
  • Anti-insulina.

Como é feito o tratamento da doença em crianças?

No diabetes tipo 1, o tratamento é com insulina injetável, visando repor este hormônio que já não é mais produzido pelo pâncreas. Utiliza-se um esquema de múltiplas doses diárias para imitar a produção de insulina normal no organismo, mantendo uma dose mínima constante durante todo o dia e uma dose maior após as refeições. Com isso, é possível ter um bom controle da doença.

No diabetes tipo 2, existe insulina sendo produzida pelo pâncreas, porém seu funcionamento não é efetivo, principalmente por uma resistência na sua ação. Logo, o tratamento medicamentoso visa melhorar a sensibilidade da ação da insulina já existente ou até aumentar a secreção de insulina. Na infância, o único fármaco via oral que pode ser utilizado é a metformina em comprimido. Além disso, a perda de peso e mudanças de hábitos de vida são necessários para que o tratamento seja efetivo.

Quais hábitos devem ser alterados após o diagnóstico?

A princípio, a maioria das famílias passam por uma fase de negação do diagnóstico para, depois de muita informação e pesquisa, aceitar e compreender a doença, finalmente aderindo ao tratamento. A adesão e participação ativa de todos os familiares é indispensável para o sucesso do tratamento.

É preciso adotar hábitos saudáveis que devem ser compartilhados por todos os familiares, como: 

  • Consumo de alimentos diet;
  • Uso de adoçante no lugar do açúcar;
  • Evitar industrializados;
  • Priorizar alimentos naturais e perecíveis;
  • Praticar atividade física regularmente;
  • Ter rotina e disciplina para medir a glicemia capilar diariamente;
  • Usar corretamente os medicamentos prescritos.

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O diabetes infantil é reversível?

O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune na qual ocorre destruição total das ilhotas pancreáticas locais que produzem insulina, o que é irreversível até o momento. Contudo, algumas pesquisas têm sido realizadas com intuito de buscar uma cura ou maneiras de amenizar a doença.

Já o diabetes tipo 2, como resultado de hábitos inadequados de vida como excesso de peso e sedentarismo é reversível. Porém, é imprescindível o envolvimento de toda a família para auxiliar na mudança em busca de um estilo de vida mais saudável.

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Quais são os impactos causados na vida das crianças com a doença?

O impacto psicológico ao receber o diagnóstico do diabetes pode ser devastador para a criança e, principalmente, para os adolescentes. Este novo estilo de vida requer que a insulina seja administrada várias vezes ao dia em todos os ambientes que convive, além de fazer o controle da glicemia com punção da ponta de dedo cerca de 9 nove vezes ao dia. 

Existe uma resistência inicial em aceitar a doença, além da diminuição da autoestima, sensação de incapacidade, de injustiça e vergonha em relação aos amigos e familiares. Em alguns casos, observa-se baixa aderência ao tratamento com insulina, com omissão de doses propositalmente.

A diabetes infantil pode ter complicações mais sérias?

Diabéticos têm maior predisposição para doenças cardiovasculares como: 

  • Infarto do miocárdio;
  • Acidente vascular cerebral;
  • Prejuízo da função dos rins;
  • Perda da acuidade visual;
  • Perda da sensibilidade dos membros inferiores;
  • E em casos extremos, necessidade de amputação de membros.

O diabético pode ter uma vida normal como qualquer outro indivíduo, mas deve fazer o diagnóstico correto do tipo do Diabetes e escolher o tratamento, que pode ser feito de forma personalizada. Deve-se levar em questão os hábitos de vida do paciente e de sua família, além de questões financeiras, preocupação com modo e/ou facilidade de aplicação, entre outros.

Atualmente temos disponíveis no Brasil as insulinas injetáveis em forma de canetas ou que podem ser administradas em bomba de infusão contínua no subcutâneo, diminuindo a necessidade de picadas extras. Procure um endocrinologista pediátrico com o qual a criança se sinta confortável, de forma que o acompanhamento da doença seja tranquilo e feito de forma leve.

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Quem escreve

Camila D’Almeida Magnani Silva

Pediatra e Endocrinologista pediátrica - CRM-SP 153258 / RQE nº 524961

Médica pediatra e endocrinologista pediátrica, a Dra. Camila D'Almeida atua em consultório particular em diversos endereços em São Paulo. Além do tratamento de Diabetes Melito Infantil, também se dedica a áreas como crescimento e desenvolvimento da criança, puberdade precoce ou tardia e puericultura.