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Como evitar casos mais graves de pré-diabetes

Ravena Machado Massucatto

Por Ravena Machado Massucatto

Endocrinologista - CRM-SP 170432 / RQE nº 80073

A pré-diabetes é uma condição na qual os níveis de açúcar no sangue (glicemia) estão acima do normal, mas ainda abaixo do valor considerado para detectar o diabetes, sendo considerada a fase inicial do desenvolvimento da doença. Trata-se de um quadro assintomático e, por conta disso, pouco diagnosticado.

A boa notícia é que a situação pode ser reversível ou, ao menos, controlada. Portanto, descobrir a existência do pré-diabetes é a oportunidade para prevenção da evolução da doença.

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Quais são os riscos da pré-diabetes?

Estima-se que até 2045, aproximadamente 8,3% da população mundial, ou seja, 587 milhões de pessoas, apresentarão pré-diabetes. Homens e mulheres podem ser afetados e, além disso, pessoas mais velhas e acima do peso precisam ter cuidados extra.

O grande risco é que cerca de um terço dos pacientes com pré-diabetes evoluirão para diabetes tipo 2 em alguns anos, provavelmente sendo diagnosticados apenas após apresentarem sintomas mais agressivos. Além disso, o pré-diabetes aumenta o risco de doenças do coração, dos rins e dos vasos sanguíneos, como infarto e derrame.

Leia também: Diabetes infantil: quais os impactos para a criança?

Como é possível saber se tenho pré-diabetes?

Existem três exames principais para auxiliar no diagnóstico dessa condição:

  • Glicemia de jejum: é considerado valor de pré-diabetes entre 100 mg/dl e 125 mg/dl;
  • Hemoglobina glicada - HbA1c: valores entre 5,7% e 6,4% indicam pré-diabetes;
  • Teste oral de tolerância à glicose - TTOG: níveis de glicemia entre 140 mg/dl e 199 mg/dl indicam pré-diabetes.

É importante salientar que um único exame alterado não é o suficiente para chegar a um diagnóstico. O ideal é repetir essa avaliação e complementar com outra para confirmar a presença do pré-diabetes. Além disso, existem alguns grupos que devem ter atenção redobrada para o desenvolvimento da pré-diabetes, sendo eles:

  • Aqueles com casos da doença na família;
  • Mulheres na menopausa;
  • Pessoas acima do peso;
  • Pessoas com mais de 40 anos;
  • Mulheres que tiveram diabetes gestacional.

Como evitar a evolução do quadro de pré-diabetes?

A pré-diabetes é um grande sinal vermelho já que, se não tratada, pode evoluir para um quadro mais grave. O mais comum é que os pacientes tenham que tomar a medicação para evitar que a doença avance, mas algumas mudanças na rotina também podem fazer uma grande diferença.

De acordo com o Guia Alimentar da População Brasileira desenvolvido pelo Ministério da Saúde, pessoas que apresentam diagnóstico de pré-diabetes devem evitar alimentos ultraprocessados, gorduras, sódio e altas concentrações de açúcar. Além disso, exercitar-se e ter hábitos saudáveis que vão além da alimentação são um bom caminho para evitar a doença.

A Sociedade Brasileira de Diabetes acredita que 40 milhões de brasileiros já apresentam quadro de pré-diabetes, sendo que 25% dessas pessoas irão evoluir para o quadro de diabetes tipo 2. Um contraste interessante e intrinsecamente ligado à alimentação é que enquanto a OMS recomenda o consumo máximo de 12 colheres de chá de açúcar por dia, a média brasileira chega a 18.

Leia também: Como criar hábitos alimentares saudáveis?

O panorama da diabetes no Brasil 

Segundo a última pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco, a Vigitel, realizada no ano de 2017, foi mapeado que 7,6% da população brasileira foi diagnosticada com diabetes. A maior incidência é em idosos, principalmente acima dos 65 anos, que representam 23,1% dos casos.

Com maior incidência entre o público feminino, entre o período de 2010 e 2016 a diabetes vitimou 496.452 pessoas, apresentando um crescimento de 11,8%. Além das consequências da própria doença, a patologia também pode causar complicações cardiovasculares, amputação de membros e insuficiência renal.

A incidência da diabetes é maior em homens ou mulheres? 

De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, a doença afeta 199 milhões de mulheres no mundo inteiro. Enquanto ao redor do globo os homens são os que mais são atingidos, cerca de 6% da população mundial. Enquanto isso, o Brasil vai na contramão e apresenta maior incidência de casos no público feminino.

De acordo com a pesquisa da Vigitel, enquanto a prevalência da diabetes em homens brasileiros atingiu o patamar de 7,1%, em mulheres foi de 8,1%. Apesar de ter apresentado oscilações e ligeiras quedas nos últimos cinco anos, a quantidade de mulheres diagnosticadas com a patologia sempre superou o número de homens.

Os números demonstram que 10,4 milhões de mulheres convivem com a doença atualmente no Brasil. A explicação, é que existem alguns fatores relacionados à saúde da mulher que aumentam a chance de desenvolverem diabetes.

  • Menopausa: após a interrupção da menstruação, o corpo feminino passa por uma série de transformações, entre elas o ganho de peso. Caso não seja adotada uma prática de exercícios e alimentação adequada, é possível desenvolver diabetes do tipo 2, também chamada de diabetes adquirida.
  • Diabetes gestacional: a doença se desenvolve durante a gravidez quando a gestante apresenta dificuldades em absorver o açúcar do sangue, porém regride após o parto. Contudo, é preciso ficar atenta caso tenha apresentado o quadro, pois existe maior risco em desenvolver a forma crônica ao longo dos anos.

Sabendo ser um grupo de risco maior, é necessário que as mulheres também tenham atenção redobrada com a possibilidade de desenvolver diabetes. Uma das maneiras é realizar exames periódicos e investir em um estilo de vida mais saudável.

Brasil em estado de alerta

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, 13 milhões de brasileiros convivem com a diabetes, e as estimativas para o futuro não são boas. O Atlas da Diabetes estima que este número deve aumentar em 150% até 2035, tornando a diabetes do tipo 2 uma epidemia que vai acometer o mundo inteiro.

Segundo dados do Ministério da Saúde, desde o ano de 2006 o número de casos aumentou em 61,8%. Um dos fatores que contribui para a diabetes, a obesidade, também cresceu em 60% durante o período.

Mas o aumento não pode ser apenas atribuído ao tratamento não adequado da doença, já que a diabetes do tipo 2 é bastante complexa, dando 50% menos de controle aos médicos se comparada com os outros tipos. Mesmo tomando a medicação adequada e adotando um estilo de vida mais saudável, acredita-se que 1,2 milhões de pacientes não conseguem administrar totalmente a doença.

Sendo assim, é muito importante evitar que a pré-diabetes evolua para um quadro mais grave e que, muitas vezes, mesmo com o tratamento adequado, pode causar grandes impactos no seu estilo de vida. Adote hábitos mais saudáveis, faça exames periódicos e sempre procure um endocrinologista da sua confiança.

[1] Perguntas e respostas sobre pré-diabetes

[2] Brasil registra aumento de 60% no número de diabéticos e de obesos em 10 anos

[3] Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus

[4] International Diabetes Federation

[5] Taxa de prevalência de diabetes mellitus

[6] Vigitel Brasil 2018

[7] Diabetes é mais comum nas mulheres do que nos homens

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Quem escreve

Ravena Machado Massucatto

Endocrinologista - CRM-SP 170432 / RQE nº 80073

Com formação em medicina no ano de 2014 pela Pontifícia Universidade Católica, a Dra. Ravena Massucatto atua há cinco anos na especialidade de endocrinologia. Após quatro anos de residência, resolveu abrir o seu próprio local de atendimento, a Clínica Massucatto.