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Saúde & Bem Estar

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Como saber se tenho intolerância a lactose?

Camilla Oliveira

Por Camilla Oliveira

Nutricionista - CRN-SP 60689

Tudo o que você precisa saber sobre intolerância à lactose

Segundo dados da pesquisa Datafolha, estima-se que 60% a 70% da população mundial possui algum problema com a digestão de lactose No Brasil, 35% da população com idade acima de 16 anos, relatam algum tipo de desconforto digestivo após o consumo de derivados de leite.

A lactase é uma enzima que ajuda na digestão do açúcar predominante no leite de mamíferos e produtos lácteos, conhecido como lactose. Assim, desde bebês, nascemos com a capacidade de produzir a lactase, porém, à medida que crescemos, é comum que o corpo tenha cada vez mais dificuldade de produzir a substância. 

O que é a intolerância à lactose?

A intolerância à lactose é a incapacidade do organismo de digerir de forma eficaz o açúcar do leite, a lactose. Isso acontece pela baixa produção, insuficiência ou ausência da enzima lactase no nosso intestino. Dessa forma, quanto menos o corpo consegue produzir a lactase, maior a possibilidade de desenvolver a intolerância à lactose.

A lactose geralmente é quebrada e digerida pela enzima lactase no intestino delgado. Então, quando não temos o suficiente desta enzima no corpo, a lactose passa direto para o intestino grosso. Assim, as bactérias presentes na lactose não digerida causam sintomas como inchaço, gases e diarreia.

Quais são os sintomas da intolerância à lactose?

Os primeiros sinais da intolerância à lactose, ou deficiência de lactase, são sintomas gastrointestinais de desconforto e desregulação como:

  • Sensação de estufamento;
  • Má digestão;
  • Azia;
  • Diarreia ou constipação;
  • Cólicas intestinais.

Geralmente, os sintomas acontecem entre 30 minutos e duas horas após a ingestão de leite ou de derivados, como queijos e iogurtes.

Quais os tipos de intolerância à lactose?

Existem três tipos principais de intolerância à lactose. São elas:

  • Intolerância à lactose primária: este é o tipo mais comum e é resultado comum do envelhecimento, quando o organismo vai produzindo menos enzima lactase para digerir a lactose;
  • Intolerância à lactose secundária: causada por doenças intestinais como a doença celíaca e síndrome do intestino irritável. Também pode se manifestar após cirurgias ou algum machucado em seu intestino delgado;
  • Intolerância à lactose congênita ou de desenvolvimento: nesses casos mais raros, os bebês já nascem com essa condição por questões genéticas. Assim, o bebê terá intolerância também ao leite materno.

Qual grupo é mais atingido pela doença?

Crianças podem apresentar intolerância à lactose ou alergia à proteína do leite com prevalência mais comum, principalmente em situações onde a inclusão de leite é feita de forma precoce, antes dos 6 meses de vida. Além disso, idosos costumam ter pouca produção de lactase e normalmente iniciam o quadro de intolerância, como característica do próprio envelhecimento.

Como identificar a intolerância à lactose?

O diagnóstico pode ser feito pelo médico através do relato dos sintomas na consulta e também com exames específicos, como:

  • Teste de intolerância à lactose;
  • Teste de hidrogênio na respiração;
  • Teste de acidez nas fezes.

Quais são as complicações da intolerância à lactose?

Com a retirada de alguns alimentos do cardápio, a principal complicação da doença é a deficiência de cálcio e vitamina D que estão presentes no leite. No entanto, é importante lembrar que uma alimentação saudável e orientada é capaz de fornecer esses nutrientes adequadamente, sem qualquer prejuízo.

Como é feito o tratamento de intolerância à lactose?

O tratamento consiste principalmente em mudanças alimentares e medicamentos associados. No início, é necessário reter a ingestão de leite e derivados da dieta para promover o alívio dos sintomas. Com o passar do tempo, é importante reintroduzir os alimentos aos poucos para distinguir a quantidade que seu organismo aguenta sem sentir dores ou desconfortos.

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Quais alimentos devem ser evitados?

A princípio, os alimentos evitados devem ser aqueles com leite em sua composição, como:

  • Iogurte;
  • Queijo;
  • Leite condensado;
  • Manteiga;
  • Requeijão;
  • Sorvete;
  • Bolo;
  • Pão de queijo;
  • Pudim e outros.

Quais alimentos são recomendados?

Após o reconhecimento da intolerância à lactose, é possível fazer substituições pelo leite vegetal, como o de arroz, castanhas, coco ou aveia. Esses leites são facilmente encontrados no mercado e também é possível ser produzidos em casa. Alimentos ricos em vitamina D também são de extrema importância, como:

  • Vegetais da cor verde-escuro;
  • Cereais integrais;
  • Frutas;
  • Castanhas;
  • Alimentos ricos em vitaminas D em geral.

Leia também: Como criar hábitos alimentares saudáveis?

Existe diferença entre alergia ao leite e a intolerância à lactose?

Sim, a intolerância à lactose é uma incapacidade de digerir o carboidrato presente no leite, a lactose. Enquanto isso, a alergia é um processo desencadeado pela proteína presente no leite e com consequências sistêmicas, visto que ativa nosso sistema de defesa e pode gerar consequências bem mais graves.

Existe cura para a intolerância à lactose?

Até o momento, não existe cura para esse quadro. No entanto, é possível viver de maneira saudável desde que haja controle. Quando o paciente adere ao tratamento e insere uma boa nutrição no seu dia a dia, ele consegue ficar sem sentir os sintomas. Mas, caso volte a ingerir uma grande quantidade de lactose, seu corpo sentirá os desconfortos.

Caso esteja sentindo incômodos digestivos, é de suma importância procurar especialistas no assunto para receber um diagnóstico preciso. Nunca retire alimentos da sua dieta sem a devida orientação médica.

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Quem escreve

Camilla Oliveira

Nutricionista - CRN-SP 60689

Atualmente, Camilla faz atendimento ambulatorial de Nutrição Clínica e é doutoranda na Universidade Federal de São Paulo na área de controle da ingestão alimentar. Em sua pós-graduação, se dedica ao estudo de micronutrientes e complexos enzimáticos atuantes no processo de estresse oxidativo, bem como o controle da ingestão alimentar.